Redução das vendas de soja deixa o Rio Grande do Sul na quinta posição do ranking das exportações

O recuo das exportações gaúchas foi tanto em valor (-20,3%) quanto em volume (-10,9%) e preço (-10,6%) neste mês de abril. Foram US$ 334,8 milhões a menos que no mesmo mês do ano passado. Os dados mais atualizados das exportações gaúchas foram divulgados no portal da FEE nesta terça, 24. As vendas do Rio Grande do Sul para o exterior somaram US$ 1,312 bilhão e colocaram o Estado na quinta posição no ranking nacional, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.  O desempenho gaúcho (8,5% das exportações nacionais) contrasta com o brasileiro, com crescimentos tanto em valor (1,4%) quanto em volume (17,1%).

A soja em grãos foi o principal produto que contribuiu para a redução das vendas do grupo Básicos (-US$ 293,8 milhões), que chegou a recuar 28,9% em valor, 21,2% em volume e 9,9% em preço. A antecipação das vendas da soja e a consequente redução de seus estoques, na esteira da alta do dólar, ajudam a explicar esse desempenho. Os embarques da soja em abril alcançaram 1,161 milhão de toneladas, um resultado de -US$ 233,4 milhões. “Mesmo com o forte recuo, foi o segundo melhor abril da história (atrás apenas do ano anterior) em termos de volume embarcado do grão, com o mesmo contribuindo com 31,1% das exportações gaúchas e com 56,4% das exportações de produtos básicos”, explica o pesquisador em economia da FEE, Tomás Torezani. Espera-se, aponta o pesquisador, nos próximos meses, um crescimento dos embarques de soja pela já sinalizada nova safra recorde de 2016. “Se olharmos para o quadrimestre deste ano, a soja em grãos, o trigo e o farelo de soja foram os principais responsáveis pelo recuo que já chega a US$ 619,4 milhões (-13,1%) em relação ao mesmo período do ano anterior”.

Já os produtos semimanufaturados e manufaturados registraram crescimento em volume em abril (1,7% e 9,4%, respectivamente), embora a redução de seus preços médios (-7,8% e -13,1%) tenha afetado negativamente a receita em dólar (-6,2% e -4,9%).  “Com isso, a participação dos produtos básicos exibiu forte contração nas exportações totais, passando de 61,7% (US$ 1.016,8 milhões) em 2015 para 55,0% (US$ 722,1 milhões) em 2016, enquanto os produtos manufaturados contribuíram com 36,5% (US$ 478,5 milhões) e os semimanufaturados com 7,8% (US$ 102 milhões) em 2016”, destaca Tomás.

Dentre os desempenhos positivos deste primeiro quadrimestre, destacam-se as vendas de celulose para a China (+US$ 70,1 milhões), automóveis para a Argentina (+US$ 24,6 milhões) e polímeros plásticos (+US$ 23,8 milhões) para os EUA.

 

 

Sandra Bitencourt- Jornalista