Exportações gaúchas de abril recuam em valor e volume

Estado perde três posições no ranking nacional, sobretudo pela redução das vendas de soja em grãos

Em abril de 2016, as exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 1,312 bilhão, um recuo de US$ 334,8 milhões em relação ao mesmo mês do ano anterior. Tal recuo em valor (-20,3%) deu-se tanto em volume (-10,9%) quanto em preço (-10,6%). Com esse resultado, o RS perdeu três posições no ranking nacional, terminando na quinta colocação, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná — estados estes que registraram crescimento em valor e volume e retração nos preços de suas mercadorias. Assim, o desempenho gaúcho (8,5% das exportações nacionais) contrasta com o brasileiro, que registrou crescimentos tanto em valor (1,4%) quanto em volume (17,1%).

A retração das vendas externas gaúchas foi potencializada pela diminuição das vendas de produtos básicos, que registraram recuos de 28,9% em valor, 21,2% em volume e 9,9% em preço. Os produtos semimanufaturados e manufaturados registraram crescimento em volume (1,7% e 9,4% respectivamente), embora a redução de seus preços médios (-7,8% e -13,1%) tenha afetado negativamente a receita auferida em dólar (-6,2% e -4,9%). Com isso, a participação dos produtos básicos exibiu forte contração nas exportações totais, passando de 61,7% (US$ 1,017 bilhão) em 2015 para 55,0% (US$ 722,1 milhões) em 2016, enquanto os produtos manufaturados contribuíram com 36,5% (US$ 478,5 milhões) e os semimanufaturados com 7,8% (US$ 102 milhões) em 2016.

A soja em grãos foi o principal produto que contribuiu para a redução das vendas do grupo básicos (US$ -293,8 milhões). Os embarques da oleaginosa em abril, 1,161 milhão de toneladas, resultaram em US$ 407,4 milhões (US$ -233,4 milhões; -36,4% em valor, -30,3% em volume e -8,7% em preços). Mesmo com o forte recuo, foi o segundo melhor abril da história (atrás apenas do ano anterior) em termos de volume embarcado do grão, tendo este contribuído com 31,1% das exportações gaúchas e com 56,4% das exportações de produtos básicos. Outros produtos que também afetaram negativamente as exportações desse grupo foram farelo de soja, carne de frango e trigo em grãos. Por outro lado, fumo em folhas, arroz em grãos e carne bovina registraram crescimento de suas vendas.

Em relação ao grupo dos semimanufaturados — com redução de US$ 6,8 milhões —, retraíram-se as vendas de óleo de soja em bruto (US$ -22,3 milhões; -77,1% em valor, -76,8% em volume e -1,2% em preços), sobretudo para Irã e China. Em contrapartida, cresceram sobremaneira as vendas de celulose (US$ 29,9 milhões; 773,4% em valor, 822,1% em volume e -5,3% em preços), principalmente para China e Estados Unidos.

Já o recuo das vendas de máquinas agrícolas (US$ -11,8 milhões), adubos e fertilizantes (US$ -10,2 milhões) e éteres alcóolicos (US$ -9,4 milhões) contribuiu para a redução, em valor, das exportações de manufaturados (US$ -24,8 milhões). Por outro lado, houve forte crescimento das vendas de automóveis (US$ 27,5 milhões).

Apesar do recuo das vendas de soja em grão, a oleaginosa foi o principal produto exportado pelo Estado em abril, seguido de polímeros plásticos, carne de frango, fumo em folhas e farelo de soja. Os cinco principais destinos foram China (27,0% do total), Argentina (9,0%), Estados Unidos (6,6%), Irã (5,2%) e Coreia do Sul (3,0%). Já as maiores variações positivas — e os principais produtos que contribuíram para tanto — foram observadas para Argentina (US$ 17,0 milhões; automóveis), Paquistão (US$ 13,0 milhões; soja em grãos) e Colômbia (US$ 11,1 milhões; trigo em grãos). Em contrapartida, os maiores recuos foram registrados para China (US$ -259,3 milhões; soja em grãos), Venezuela (US$ -15,1 milhões; carne de frango) e Eslovênia (US$ -13,8 milhões; farelo de soja).

 1.° quadrimestre de 2016: soja em grãos, trigo e farelo de soja puxam queda das exportações no período

As exportações gaúchas no 1.° quadrimestre de 2016 acumularam US$ 4,121 bilhões, registrando um recuo de US$ 619, 4 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior (-13,1%), recuo este ocasionado pela retração em preços (-16,1%), na medida em que o volume embarcado cresceu (3,6%). O desempenho de cada grupo de produtos foi diferente: os básicos registraram retrações tanto em valor (-23,5%) quanto em volume (-10,6%); já os semimanufaturados exibiram crescimentos de 38,3% e 58,0% respectivamente; por seu turno, as vendas de manufaturados recuaram em valor (-8,5%), mas cresceram em volume (10,8%).

Os recuos nas receitas das vendas de soja em grãos para a China (US$ -272,2 milhões), trigo em grãos para a Tailândia (US$ -82,7 milhões) e farelo de soja para a Holanda (US$ -61,7 milhões) contribuíram para o desempenho negativo em termos de valor das exportações do Estado. Por outro lado, destacam-se os crescimentos das vendas de celulose para a China (US$ 70,1 milhões), automóveis para a Argentina (US$ 24,6 milhões) e polímeros plásticos (US$ 23,8 milhões) para os Estados Unidos.

FEE/Centro de Indicadores Econômicos e Sociais/ Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais

Tabelas

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(Acumulado do Ano)

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