Novos indicadores mostram desempenho das exportações e estatísticas do emprego formal no agronegócio em 2015

O agronegócio no Rio Grande do Sul exportou U$ 11,6 bilhões em 2015 e registrou um recuo de quase quatro mil postos de empregos formais. Os dados são parte dos Indicadores Econômicos do Agronegócio, que disponibiliza as estatísticas do emprego formal celetista e das exportações do agronegócio do Brasil e do Rio Grande do Sul. A produção dessas estatísticas foi viabilizada com o desenvolvimento de metodologias próprias pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

A divulgação destaca-se pelo ineditismo metodológico ao contemplar o conjunto de segmentos que efetivamente são abrangidos pelo agronegócio. O agronegócio engloba a agropecuária, as atividades de produção de insumos e de bens de capital (fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas), os setores da indústria de transformação que utilizam de matéria-prima agropecuária (alimentos, biocombustíveis, fumo) e as atividades especializadas na oferta de serviços agropecuários, na armazenagem e na distribuição dos produtos do agronegócio. São atividades que ocorrem antes, dentro e depois da porteira.

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Exportações

Em 2015, as exportações gaúchas do agronegócio totalizaram US$ 11,6 bilhões, valor que representa 66,6% das exportações totais do Estado. Comparativamente ao ano de 2014, o volume exportado cresceu (27,6%), mas houve retração do valor exportado em dólares (-6,1%), sobretudo pela queda nos preços. Mesmo assim, para o exportador gaúcho, isso não representou uma queda nos valores recebidos em reais devido à desvalorização cambial.

Em termos setoriais, os principais responsáveis pela queda no valor exportado foram máquinas e implementos agrícolas (-40,6%), fumo e seus produtos (-15,5%) e carnes (-11,6%). Contrariando a tendência geral, produtos florestais (70,9%) e lácteos (133,3%) apresentaram expressivo crescimento no valor exportado em 2015.

A China permanece como o principal comprador das mercadorias do agronegócio gaúcho (US$ 4,2 bilhões em 2015).

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Emprego formal do agronegócio

Em 2015, o saldo do emprego formal no agronegócio, medido pela diferença entre trabalhadores admitidos e desligados, foi negativo no Rio Grande do Sul. No ano, houve uma perda de 3.983 postos de trabalho. O agronegócio representa cerca de 12% do emprego formal celetista total do Estado. Apesar da queda, o Rio Grande do Sul manteve a 4.ª posição no ranking nacional das unidades da Federação com mais empregos no setor (7,5% do total).

A maior parcela dos empregos do agronegócio gaúcho está situada no segmento “depois da porteira” (61,2%), que registrou queda de 0,6% em 2015 (-1.232 postos de trabalho). Os setores com maior saldo negativo nesse segmento foram os de fabricação de produtos intermediários de madeira (-816 empregos), fabricação de conservas (-767 empregos) e curtimento e preparações de couro (-490 empregos). Na contramão da crise, o destaque positivo foi o setor de abate e fabricação de produtos da carne, cujo estoque de empregos cresceu 1,6% em 2015 (941 postos de trabalho).

A maior perda de postos de trabalho em 2015 ocorreu no segmento “antes da porteira”, responsável por 12,7% do emprego formal no setor. Depois de acumular queda de 5,6% em 2014, o nível de emprego do segmento voltou a cair (-8,5%). O setor que mais contribuiu para esse resultado foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, que fechou 4.742 postos de trabalho em 2015.

O núcleo do agronegócio, ou segmento “dentro da porteira”, foi o único com saldo positivo no Rio Grande do Sul em 2015 (944 empregos). Os setores agropecuários com maior saldo positivo no ano foram o de apoio à agropecuária e à produção florestal (797 postos de trabalho) e o da pecuária (790 postos de trabalho).

Em termos regionais, a distribuição do emprego é desigual e reflete a especialização produtiva e as características fundiárias do território gaúcho. A mesorregião Noroeste é a que concentra a maior parte dos empregos do setor (28,0%), seguida da Metropolitana de Porto Alegre (24,3%).

Distribuição Emprego

 

Expediente:
Pesquisadores responsáveis: Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Jr.
Jornalista responsável: Anelise Rublescki
Projeto gráfico: Gabriela Santos e Laura Wottrich
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