PIB gaúcho fecha com queda de 3,1% em 2016

Trimestre sobre o trimestre imediatamente anterior

No quarto trimestre de 2016, a taxa trimestral do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve queda de 0,5% contra o trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal). Esse desempenho foi melhor que o do Brasil, cujo decréscimo foi de 0,9%. A única atividade que apresentou taxa positiva foi a indústria (0,9%). A agropecuária caiu 8,0%, e os serviços caíram 0,6%.

Trimestre sobre o mesmo trimestre do ano anterior

No quarto trimestre de 2016, contra igual trimestre do ano anterior, o PIB do Rio Grande do Sul apresentou taxa negativa de 1,5%. Em sua composição, o Valor Adicionado Bruto (VAB) reduziu-se em 1,1%, e os impostos caíram 3,9%. Já o PIB do Brasil caiu 2,5%, com uma redução de 2,3% no VAB e de 3,3% nos impostos. A agropecuária gaúcha caiu 4,3%, e a do País, 5,0%. No Rio Grande do Sul, a indústria retraiu-se em 1,0%, enquanto a do Brasil decresceu 2,4%. Já os serviços gaúchos reduziram-se em 1,7%, ao passo que os brasileiros, 2,4%.

Houve uma sucessão de taxas trimestrais negativas, mas com uma redução dessas ao longo de 2016. Esse foi o quarto trimestre consecutivo em que a queda do PIB gaúcho foi menor que a verificada no trimestre anterior.

O último resultado significativamente positivo no indicador trimestral ocorreu há 11 trimestres, no primeiro trimestre de 2014, quando houve crescimento de 3,6%. Esse desempenho dimensiona o quadro recessivo pelo qual passa a economia gaúcha.

Crescimento acumulado ao longo do ano

No quarto trimestre de 2016, a taxa acumulada ao longo do ano do PIB Trimestral do RS teve uma redução de 3,1%. Em sua composição, os impostos caíram 5,5%, e o Valor Adicionado Bruto (VAB) reduziu-se em 2,7%. A agropecuária teve uma queda de 4,5%, a indústria caiu 3,9% e o setor serviços diminuiu 2,1%.

Com o desempenho de 2016, a economia gaúcha apresentou, pelo terceiro ano consecutivo, crescimento negativo, acumulando uma taxa de -6,7% no período. Esse resultado é similar aos -6,6% observados nos anos 1990 e 1991. A última vez que a economia do RS apresentou queda em três anos consecutivos foi em 1980, 1981 e 1982, quando se acumulou uma queda de 3,8%.

Em 2016, a agropecuária teve seu desempenho prejudicado pela queda nas safras de arroz, milho e fumo (-13,7%, -15,0% e -21,6% respectivamente). Como resultado, a agropecuária gaúcha decresceu 4,5% em 2016. No entanto, esse desempenho foi superior ao observado na agropecuária nacional, de -6,6%.

A indústria teve queda de 3,9% em 2016, similar à de 3,8% da indústria brasileira. Os quatro segmentos contribuíram negativamente para esse descenso em 2016. O maior decréscimo ocorreu na indústria extrativa (-7,9%), e o menor na construção (-2,1%). Já no Brasil, o pior desempenho foi o da indústria de transformação (-5,2%) e o melhor foi o crescimento da indústria extrativa (4,7%).

No caso do setor serviços, a queda de 2,1% acumulada em 2016 foi menos intensa que a observada na economia nacional, de -2,7%. A única atividade que apresentou desempenho positivo no ano foi a imobiliária, com crescimento de 1,1% no RS e de 0,2% no Brasil. Entre as atividades dos serviços, a maior queda foi observada em comércio e reparação de veículos (-5,3%), menos intensa que a observada na economia nacional (-6,3%).

Destaques setoriais do trimestre

Na agropecuária, a queda de 4,3% na taxa do quarto trimestre, contra igual trimestre do ano anterior, deveu-se à diminuição significativa na agricultura e a um crescimento na pecuária. Na agricultura, o desempenho negativo foi puxado principalmente pela queda na cultura de fumo, apesar do desempenho positivo da produção de trigo em relação ao ano de 2015.

A indústria teve queda de 1,0% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O destaque positivo foi na indústria de transformação com crescimento de 1,1%. Esse resultado foi influenciado, principalmente, pelo bom desempenho da fabricação de máquinas e equipamentos (19,6%) e de celulose, papel e produtos de papel (12,8%). O destaque negativo foi em fabricação de produtos de fumo, com queda de 62,0%.

O setor de serviços teve queda de 1,7%, influenciada pela diminuição de 3,7% no comércio. Todas as atividades do comércio apresentaram desempenho negativo, com destaque para o decréscimo de 17,5% na comercialização de veículos, motocicletas, partes e peças.

Crescimento acumulado em quatro trimestres

Quanto à variação dos últimos quatro trimestres sobre os quatro trimestres anteriores, o quarto trimestre de 2016 apresentou novamente uma redução na queda em relação ao trimestre anterior. Enquanto, no terceiro trimestre, essa taxa estava em -4,1%, no quarto trimestre ela passou para -3,1%.

Apesar de não ser possível realizar uma comparação direta entre as taxas de crescimento anuais estimadas pelas diversas unidades da Federação devido ao uso de metodologias distintas, pode-se observar — da amostra de cinco estados que divulgaram suas taxas de crescimento para 2016, além do RS — que a queda do PIB continua sendo um fenômeno generalizado na economia nacional.

PIB nominal e per capita

Em 2016, o Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul, em valor nominal foi de R$ 410,276 bilhões. Já o PIB per capita foi de R$ 36.329.