Comércio tem a maior queda no PIB do terceiro trimestre

No terceiro trimestre de 2015, contra igual trimestre do ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou a sexta queda consecutiva, e também a maior dessa sequência, com uma taxa negativa de 3,4%.

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Os dois componentes da taxa trimestral do PIB tiveram taxas negativas, com os impostos apresentando uma queda de 7,4% e o Valor Adicionado Bruto (VAB), uma redução de 2,8%. Esses resultados decorreram da continuidade da forte queda da indústria (-9,4%), da ampliação na desaceleração dos serviços (-2,3%) e de uma taxa significativamente positiva, mas de menor participação no trimestre, da agropecuária (18,4%).

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O crescimento de 18,4% do VAB da agropecuária gaúcha foi causado principalmente pela atividade pecuária, especificamente a produção de aves, que impactou positiva e significativamente a taxa da agropecuária. Já a agricultura, além de ser inexpressiva no trimestre, teve um desempenho negativo.

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A queda em 9,4% do VAB da indústria do RS no trimestre reflete a continuidade da queda em seus três componentes, com a transformação diminuindo 10,8%, o VAB da construção civil recuando 7,1% e o agregado das demais indústrias (extrativa mineral, eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana) apresentando uma taxa negativa de 4,0%.

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O decréscimo da indústria de transformação no Estado continua a ser liderado pela queda da produção de veículos automotores (-35,0%) e de máquinas e equipamentos (-28,1%). O desempenho da transformação do Rio Grande do Sul está condicionado pela situação econômica nacional, principalmente pela queda nos investimentos em formação bruta de capital fixo no País. Os destaques positivos do setor vieram dos aumentos da produção de celulose, papel e produtos de papel (73,2%), de produtos alimentícios (3,0%) e dos derivados de petróleo (1,1%). O primeiro decorre da ampliação de uma fábrica de celulose; o segundo, do crescimento das exportações; e o terceiro, do retorno ao nível normal de produção do refino no Estado.

 

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O recuo de 2,3% no VAB do setor de serviços é derivado basicamente pela queda de 12,5% do comércio. Os transportes continuaram com taxa negativa (-1,9%), e os demais serviços (intermediação financeira, alojamento e alimentação, informação e comunicação, prestados às famílias e associativos, prestados às empresas, saúde e educação mercantis, manutenção e reparação e domésticos) apresentaram uma diminuição de 0,6%. As contribuições positivas nesse setor vieram do comportamento mais estável da administração pública (2,8%) e das atividades imobiliárias e aluguéis (1,6%).

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As principais contribuições negativas para a redução de 12,5% do comércio vieram de mais uma queda nas vendas de veículos (-29,2%) e móveis (-18,8%). O único segmento do setor que não apresentou uma taxa negativa no trimestre foi o de artigos farmacêuticos, que variou positivamente em 0,1%. A contínua e disseminada redução do comércio decorre do aumento no desemprego, da queda na renda real e da desaceleração do crédito no Estado.

 

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taxa acumulada ao longo do ano teve uma redução de 1,7%. Em sua composição, os impostos caíram 5,1%, e o VAB reduziu-se em 1,2%. Da mesma forma que na taxa trimestral, a agropecuária foi o único setor com taxa positiva no período (10,7%), com a indústria caindo 8,4% e os serviços se reduzindo em 1,0%.

Na taxa acumulada em quatro trimestres, o PIB gaúcho também apresentou queda de 1,7%. Nesse resultado, o VAB total caiu 1,3%, enquanto os impostos decresceram 4,5%. O VAB da agropecuária aumentou em 8,9%, o da indústria total recuou 7,9% e o do setor de serviços caiu 0,9%.

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