PIB gaúcho tem variação nula no terceiro trimestre, mesmo com forte expansão do comércio

No terceiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou variação nula (0,0%) em relação ao mesmo trimestre de 2016. O desempenho da economia gaúcha entre julho e setembro de 2017 é resultado da combinação de crescimento nos serviços, com destaque para o comércio, mas queda na agropecuária e na indústria. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Os economistas Roberto Rocha e Juarez Meneghetti na coletiva de imprensa do PIB trimestral

No período, o Valor Adicionado Bruto (VAB) oscilou negativamente 0,1% e os impostos líquidos variaram positivamente 0,3%. Enquanto a soma das riquezas produzidas pela economia gaúcha teve variação nula, o PIB brasileiro cresceu 1,4%, com aumento de 2,5% em impostos e 1,2% no VAB.

O resultado do PIB do RS do terceiro trimestre foi influenciado pelo crescimento de 1,6% nos serviços. O destaque positivo no setor foi o comércio, que cresceu 6,4% em comparação com o mesmo trimestre do ano passado. O economista Roberto Rocha, coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, aponta que o comércio gaúcho teve um desempenho superior ao brasileiro nesse trimestre e essa taxa é a maior desde o primeiro trimestre de 2014 no Estado. “O crescimento do comércio gaúcho reflete a melhoria na massa de rendimentos e na ocupação e maior acesso ao crédito”, explica. No Brasil, o resultado trimestral desses setores foi aumento de 9,1% na agropecuária, 0,4% na indústria e 1,0 nos serviços.

O desempenho do PIB também é decorrente da queda na agropecuária (-6,6%) e na indústria (-2,2%). A agropecuária gaúcha, que tem um peso reduzido no terceiro trimestre, caiu principalmente devido ao desempenho negativo da pecuária. O resultado na indústria gaúcha foi consequência da queda dos quatro segmentos. A queda na indústria de transformação (-0,8%), que interrompeu três trimestres de crescimento, foi fortemente influenciada pelo desempenho negativo da atividade de celulose, papel e produtos de papel. No Brasil, a indústria de transformação cresceu 2,4% no trimestre.

Desde setembro, os dados completos do PIB trimestral, calculados e divulgados pela FEE, estão disponíveis com uma nova opção de acesso, o PIBVis, ferramenta que facilita o acesso e a leitura dos  dados.

Gisele Reginato – Jornalista