Em 2016, a taxa de crescimento acumulada do PIB do Rio Grande Sul foi negativa (- 3,1%), com Valor Adicionado Bruto de -2,7%. Esse resultado, no entanto, foi melhor que o obtido no País, que apresentou uma taxa de -3,6%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (28), pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Quando comparada com o trimestre imediatamente anterior, a queda da economia gaúcha no quarto trimestre de 2016 foi de apenas 0,5%, ante 0,9% da nacional. Já a taxa trimestral em relação ao mesmo trimestre do ano anterior no Rio Grande do Sul foi de -1,5%, e no Brasil -2,5%.
O resultado do quarto trimestre de 2016 foi influenciado pelo desempenho positivo da indústria de transformação. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a taxa foi de 2,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o crescimento foi de 1,1%. O destaque foi a fabricação de máquinas e equipamentos, com crescimento de 19,6% no período, devido principalmente a maior fabricação de tratores agrícolas, máquinas para colheita e suas partes e peças. Esse comportamento é decorrente da capitalização do setor agropecuário e das expectativas de safra para 2017.
Segundo Roberto Rocha, Coordenador do Núcleo de Contas Regionais, “na atual recessão, a indústria teve seu pior momento no segundo semestre de 2015. Agora vemos o setor de máquinas e equipamentos dar início a uma recuperação. Já as atividades que dependem da renda interna, o alto desemprego e os rendimentos reais ainda baixos dificultam a retomada”.
Com o desempenho de 2016 a economia gaúcha apresentou o terceiro ano consecutivo de crescimento negativo, acumulando uma taxa de -6,7% no período. Esse resultado é similar ao -6,6% observado nos anos 1990 e 1991. A última vez que a economia do RS apresentou queda em três anos consecutivos foi em 1980, 1981 e 1982, que acumulou uma queda de 3,8%.
Em 2016, a agropecuária teve seu desempenho prejudicado pela queda nas safras de arroz, milho e fumo (-13,7%, -15,0% e -21,6%, respectivamente). Como resultado, a agropecuária gaúcha apresentou uma queda de 4,5% em 2016. No entanto, esse desempenho foi superior ao observado na agropecuária nacional ( -6,6%).
O Diretor Técnico da FEE, Martinho Lazzari, destaca a expectativa do setor agropecuário com a safra de 2017: “todos os indicadores apontam para um desempenho extremamente positivo da agricultura para esse ano, o que sempre beneficia direta e indiretamente outros setores da economia do Estado”. Por outro lado, há a preocupação com os embargos ao setor de fabricação de carnes: “isso irá refletir no segundo trimestre de 2017 e sua dimensão ainda deverá ser avaliada”.
No setor de serviços, a queda de 2,1% acumulada em 2016 foi menos intensa que a observada na economia nacional, de -2,7%. A única atividade que apresentou desempenho positivo no ano foi a imobiliária, com crescimento de 1,1% no RS e de 0,2% no Brasil. Entre as atividades dos serviços, a maior queda foi observada no comércio e reparação de veículos (-5,3%), menos intensa que a observada na economia nacional (-6,3%).
Série Histórica PIB trimestral
Anelise Rublescki – Jornalista