A instabilidade econômica nacional e impactos no mercado consumidor

A Fundação de Economia e Estatística (FEE) disponibilizou nesta manhã (16/4) uma apresentação em SlideShare sobre o momento de instabilidade da economia nacional e seus impactos no mercado consumidor .

Os números da evolução do Produto Interno Bruto mostram que o País está passando por um momento bastante delicado, conforme salienta a Economista Vanessa Neumann Sulzbach.  Para a pesquisadora, o crescimento econômico veio desacelerando até chegar em estagnação em 2014.

Alguns fatores conjunturais ajudam a explicar o resultado do ano passado, como, por exemplo, inflação elevada, aumento da taxa de juros, incerteza, desaceleração da demanda interna e crise argentina. O que se constata, entretanto, é que estamos vivendo um momento distinto do resto do mundo, que, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), cresceu 3,3%. Ao mesmo tempo, o Brasil apresenta inflação elevada em comparação à internacional.  Isso sugere que o modelo de crescimento adotado pode ter- se esgotado.

Entre os fatores conjunturais que contribuem para o cenário atual, observa-se, em primeiro lugar, o declínio do ciclo positivo dos preços das commodities. Além disso, a ampliação do consumo pode ter um limite no atual nível de endividamento das famílias e da oferta de crédito. Por fim, nos anos mais recentes, o Brasil abandonou os fundamentos macroeconômicos, como câmbio flexível, metas de inflação e de superávit primário. A única variável que ainda se sustentava nessa conjuntura era a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos. O descasamento entre a oferta e a demanda da mão de obra ajudam a explicar esses fenômenos. Entretanto, a geração de empregos formais no País tem sido tão baixa que até a taxa de desemprego tende a reverter a sua tendência.

Nesse cenário, os consumidores começaram a sentir os efeitos e passaram a temer o desemprego. Como consequência, as vendas do comércio varejista já mostram desaceleração considerável.

A reversão dessa conjuntura passa pelo ajuste fiscal, que depende, em grande medida, da questão política, uma vez que grande parte das medidas deverão ser aprovadas pelo Congresso Nacional.

Para 2015, as expectativas apontam uma queda do PIB, com a indústria persistindo com dificuldades e com uma contribuição negativa dos serviços.  Para 2016, uma possível retomada pode ocorrer devido à baixa base estatística. Ainda assim, o Brasil estará crescendo menos do que o resto do mundo, e o baixo crescimento não será suficiente para melhorar as condições em termos de PIB per capita.

A apresentação aprofunda essas e outras questões e aborda a perspectiva para 2015 e 2016.

Confira.

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