FEE produz perfil do audiovisual no Rio Grande do Sul

A Fundação de Economia e Estatística está participando de uma pesquisa integrada por diferentes instituições que pretendem traçar um perfil da cadeia produtiva do audiovisual no Rio Grande do Sul, um dos mais importantes setores da economia criativa no estado. A pesquisa, com componentes qualitativos e quantitativos, será lançada na próxima semana, na quinta-feira,7, durante o FRAPA, Festival de Roteiro de Porto Alegre, que acontece no Capitólio, na capital. O pesquisador Tarson Nuñez destaca que se trata de um setor dinâmico que vem experimentando um crescimento significativo nos últimos anos e que tem um papel determinante em termos de criação de postos de trabalho, de geração de renda e de inovação tecnológica. “A cidade de Porto Alegre é hoje um dos polos mais importantes de produção audiovisual no país, tanto em termos de produção cinematográfica quanto em produções para a TV, publicidade e vídeos institucionais”, destaca.

Em função disso, o esforço das instituições envolvidas é conhecer detalhadamente o setor para potencializar os efeitos positivos na economia. Com esse propósito foi criada a Porto Alegre Film Commission, o Escritório Municipal de Apoio à Produção Audiovisual, instituição que reúne o poder público, as entidades representativas do setor e as universidades. A FEE passa a oferecer apoio técnico e integra Grupo de Trabalho com a Film Commission, a Associação dos Produtores e Técnicos Cinematográficos (APTC), o Sindicato da Indústria Audiovisual (SIAV), a Fundação Cinema RS (FUNDACINE) e o Centro Tecnológico Audiovisual da PUCRS (TECNA). Já foi realizado um primeiro levantamento que revela o tamanho e a potencialidade do setor. Para se ter uma ideia, de acordo com o cadastro de empresas do IBGE, dados de 2013  revelam que o setor audiovisual como um todo teve uma receita operacional líquida de R$ 33 bilhões no Brasil. No Rio Grande do Sul, a estimativa é de que a receita bruta do setor foi de mais de R$ 2 bilhões em 2013.No últimos anos, considerando apenas a produção cinematográfica apoiada pelos recursos da ANCINE, foram realizados em nosso estado 45 longa-metragens, captando mais de R$ 40 milhões para a sua produção. Um levantamento da cadeia audiovisual realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) identificou 1.951 empresas na cadeia produtiva do audiovisual do Estado, gerando 5.841 empregos formais diretos.

No entanto, essas estatísticas são insuficientes para analisar o impacto da contribuição desse segmento. Tarson destaca que é necessário um conhecimento mais aprofundado da dinâmica de funcionamento do setor. “Sabemos que a produção audiovisual, além de gerar postos de trabalho, demanda insumos, contrata serviços e equipamentos, movimentando todo um setor produtivo que vai muito além das empresas que compõem o setor audiovisual”.

A pesquisa que será iniciada em julho vai captar, diretamente das empresas produtoras do setor audiovisual, um conjunto de informações detalhadas para conhecer o funcionamento e o impacto econômico do setor. “Do ponto de vista qualitativo serão realizadas entrevistas em profundidade e grupos focais com empreendimentos do setor. Já no quantitativo a pesquisa está estruturada a partir de um questionário que será distribuído para todas as empresas do setor na cidade, e buscará dados como a composição em termos de pessoal, atividades recentes e expectativas para o futuro do setor audiovisual na cidade”, explica Tarson.  A partir do início do mês de julho os questionários serão distribuídos via internet.

Sandra Bitencourt – Jornalista