Economia do Crime é tema de palestra na FEE

Nesta terça-feira, 27, o economista Cristiano Aguiar de Oliveira palestrou na FEE sobre a Economia do Crime. Professor da Universidade Federal do Rio Grande e Doutor em Economia Aplicada, Cristiano demonstrou como a teoria econômica pode auxiliar a entender a criminalidade.

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O economista e professor Cristiano Aguiar de Oliveira debateu a Economia do Crime

As análises do economista indicam que qualquer indivíduo é um criminoso em potencial e está sujeito a uma análise de custo e benefício. “O que chama atenção na Economia do Crime é que qualquer indivíduo é um potencial criminoso, desde que os benefícios do crime sejam maiores que os custos. Isso se aplica a uma variedade de situações, mais evidentes nas questões que envolvem benefícios monetários (em furtos ou roubos)”, pontua. A discussão central, para Cristiano, é como criar um sistema de incentivo capaz de dissuadir as pessoas de cometerem crimes. “O crime no Brasil compensa. O sujeito comete crime se o benefício é maior que o custo. A ideia é que, na Teoria, é possível criar um modelo institucional em que se consiga evitar que o crime ocorra, criar um sistema de incentivo que faça com que as pessoas não cometam crimes porque não vale a pena”, avalia.

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Cristiano Aguiar de Oliveira (E), com o mediador Bruno Caldas e a debatedora Carina Furstenau

O economista Bruno Caldas ressaltou que a FEE estimula o debate em torno dessa linha de pesquisa e está trabalhando para criar um indicador de criminalidade. “É algo novo, que ainda não foi feito, e a FEE está trabalhando para lançar em breve um indicador de criminalidade, junto de outros indicadores sociais e econômicos já desenvolvidos na Fundação”, destaca.

A Pesquisadora em Sociologia da FEE, Carina Furstenau, também ressaltou a intenção da FEE de institucionalizar os estudos sobre criminalidade, tema fundamental para compreender os aspectos sociais e econômicos do Rio Grande do Sul. “A criminalidade passa a fazer parte da agenda social de forma mais intensa a partir das últimas duas décadas e hoje se equivale praticamente à educação e saúde. Quando as pessoas colocam o que é mais importante para elas, elas enfocam em educação, saúde e segurança”, analisa Carina. Com o desenvolvimento de um indicador, a FEE ajudaria a entender mais o mapa sobre os crimes no Estado. “A ideia é que a FEE aprofunde a área e faça um indicador para conseguir analisar localmente a ocorrência de crimes, para ver se há a prevalência de determinado tipo de crime em determinado local. Isso ajudaria a subsidiar políticas publicas”, pontua.

Confira a apresentação do palestrante Cristiano Aguiar de Oliveira e as fotos do evento.

Gisele Reginato – Jornalista