Construção civil no RS: reversão do cenário recessivo?

No segundo trimestre de 2016, o setor de construção civil interrompeu uma sequência de oito trimestres consecutivos de queda. As perspectivas para o setor são o destaque da capa da Carta de Conjuntura FEE de outubro, divulgada nesta terça-feira (11) pelos pesquisadores da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Jefferson Colombo e Fernando Cruz. “O prognóstico para o desempenho do setor da construção civil no RS nos próximos meses sugere que a intensa e duradoura recessão que atingiu o setor está próxima do fim, mas que o aquecimento do setor será gradual”, sinaliza Colombo.

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Jéfferson Colombo e Fernando Cruz discutem a “Construção civil no RS: reversão do cenário recessivo?”, Thomas Kang questiona “Afinal, como estão os salários dos professores?” e Tarson Núnez (direita) analisa “China e RS: perspectivas para o comércio exterior”.

Com base em uma abordagem de indicadores antecedentes setoriais – isto é, indicadores que tendem a se movimentar previamente à atividade do setor ao longo do ciclo econômico – os pesquisadores da FEE analisaram três grupos de indicadores: a) sensíveis a expectativas; b) causadores primários; e c) estágios iniciais da produção.

 “Considerando o primeiro grupo de indicadores, as perspectivas do setor da construção civil no RS são favoráveis. Empresários do setor, corretores de imóveis e os consumidores estão mais confiantes, embora esses ainda estejam pouco otimistas”, pondera Cruz.

Com relação aos causadores primários, os pesquisadores destacam que “há alguma melhora a partir de dezembro de 2015, especialmente a redução da taxa de juros pré-fixada (swap DI-pré 360 dias). No entanto, as concessões de crédito para o setor da construção no RS apenas pararam de cair, sem ainda reverter a tendência. Esta estabilização do saldo de crédito atinge tanto construção, ampliação e reformas quanto a aquisição de imóveis”.

Por fim, diferente dos anteriores, as variáveis de estágios iniciais de produção ainda não apresentam sinais consistentes de recuperação. O nível de emprego formal em estágios iniciais da produção caiu -3,3% no acumulado do ano até agosto, segue em queda o número de unidades lançadas em Porto Alegre e as vendas de imóveis registram apenas uma leve recuperação.

Também na manhã desta terça-feira, o economista Thomas Kang trouxe um texto de análise sobre os salários dos professores no Brasil (Afinal, como estão os salários dos professores?) e o cientista político Tarson Núñez discutiu sua pesquisa China e Rio Grande do Sul: perspectivas para o comércio exterior.

Demais  temas da Carta de Conjuntura de outubro:

Políticas recentes de expansão das Instituições Federais de Ensino Superior – Lívio Oliveira

Zoneamento Ecológico e Econômico: gestão democrática do planejamento territorial – Túlio Carvalho

A crise econômica e as perspectivas para a indústria brasileira – André Luis Contri

Os projetos de logística no Programa de Parcerias e Investimentos – André Scherer

Cresce o tempo médio despendido na procura por trabalho na RMPA – André Luiz Chaves

Íntegra da Carta de Conjuntura

Anelise Rublescki -Assessora de Imprensa FEE