Carta de Conjuntura FEE analisa exportações gaúchas e déficit habitacional

A Carta de Conjuntura de setembro, divulgada pela FEE nesta quinta-feira (10), traz como destaque as análises sobre o RS no contexto do Plano Nacional de Exportações e sobre as características do déficit habitacional no Estado.

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Renan Cortes (Coordenador do Núcleo de Indicadores Conjunturais), Ricardo Oliveira Júnior (Sociólogo) e Martinho Lazzari (Diretor Técnico)

O Pesquisador em Economia da FEE Tomás Torezani avalia as exportações gaúchas e conclui que o RS vem exportando menos produtos tecnológicos. “A pauta exportadora do Estado apresenta baixa complexidade e vem perdendo cada vez mais densidade industrial e tecnológica com o passar dos anos”, analisa. Além disso, o pesquisador conclui que as exportações gaúchas estão se concentrando mais em poucos mercados consumidores. Alguns dos principais são China, Holanda, Estados Unidos e Paraguai.

A avaliação de Tomás é feita no contexto do Plano Nacional de Exportações (PNE), lançado em junho deste ano com o objetivo de promover a competitividade exportadora e alavancar o crescimento econômico do Brasil. “A efetivação do que é proposto no PNE pode contribuir positivamente para competitividade e qualidade da pauta exportadora do Estado”, avalia. O pesquisador aponta ainda que o Sistema de Exportações FEE, lançado no último mês, contribui para compreender a dinâmica das exportações de qualquer estado, para qualquer país de destino. “A partir de consultas no Sistema é possível avaliar alguns dos eixos definidos no PNE, contribuindo para monitorar o cenário das atividades exportadoras nacional e regional”, analisa.

Na contracapa da edição, o sociólogo da FEE Ricardo Gadelha de Oliveira Júnior avalia algumas características do déficit habitacional no RS. Os elementos considerados no conceito de déficit habitacional são: moradias precárias; coabitação familiar (famílias que moram juntas e que desejam constituir um domicílio exclusivo), ônus excessivo com aluguel urbano (famílias de até três salários mínimos de renda que gastam 30% ou mais do seu orçamento mensal com aluguel); densidade excessiva (quando uma moradia tem, em média, mais de três moradores por dormitório).

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Ricardo Oliveira Júnior explica o déficit habitacional no Estado

Os dados revelam que, por faixa de renda, o déficit no RS se concentra em até três salários mínimos, mas no Estado a concentração é menor que no Brasil. “Embora a maior parte do déficit esteja localizada em famílias com até três salários mínimos de renda, o RS tem menor proporção nessa faixa de renda que o Brasil, 62% e 69% respectivamente”, avalia Ricardo.

A análise indica que o déficit habitacional brasileiro se concentra nas áreas urbanas e esse fenômeno é ainda mais acentuado no território gaúcho. “Dentre os estados brasileiros, o RS apresenta o menor déficit urbano relativo: 8,77, enquanto o índice nacional é de 11,94. Já nas áreas rurais, o Estado tem o quinto menor déficit habitacional relativo: 6,36”, compara Ricardo.

Ricardo entende que é preciso considerar os dados sobre déficit para financiamentos habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal. “Há que se levar em conta os dados já produzidos, para priorizar as áreas urbanas e rurais que apresentam maiores índices de déficit habitacional e as faixas de renda com maior proporção de imóveis classificados em situação de déficit”, sugere.

A Carta de Conjuntura de setembro traz ainda os seguintes estudos dos pesquisadores da FEE:

Reforma Política, representação e governabilidade no RS, do Cientista Político e Pesquisador da FEE Augusto de Oliveira;

A exportação de couros acabados cresce em importância, da Economista Silvia Horst Campos;

Evolução do emprego em Porto Alegre – 2000-2014, do Sociólogo Jorge Silveira;

A educação básica é prioritária no Brasil?, do Economista Thomas Kang;

Política externa pragmática e inserção brasileira no continente africano, da Internacionalista Robson Valdez;

As raízes da crise fiscal gaúcha e o irresponsável discurso do “dever de casa”, do Economista Carlos Paiva.