No mês de outubro, foi registrado saldo positivo de empregos formais no agronegócio do Rio Grande do Sul. O número de admissões (12.815) foi superior ao de desligamentos (9.244), resultando na criação de 3.571 postos de trabalho com carteira assinada. O resultado encerra uma sequência de seis meses de saldos negativos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (5), pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Os três segmentos do agronegócio gaúcho registraram saldo positivo de empregos em outubro. O resultado mais expressivo ocorreu no segmento “depois da porteira”, formado por atividades agroindustriais e de comércio atacadista (mais 2.631 postos). O setor de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais liderou as admissões no mês, tendo apresentado um saldo positivo de 1.203 empregos com carteira assinada. Em seguida, aparece o setor de fabricação de conservas (mais 1.051 postos), cuja criação de empregos concentrou-se nos municípios de Morro Redondo e Pelotas. Na contramão do movimento geral do agronegócio, o setor com maior fechamento de vagas no mês foi o de fabricação de produtos do fumo (menos 379 postos). Segundo o economista Rodrigo Feix, Coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE, “os números de outubro refletem, por um lado, a conclusão do processamento do fumo colhido na última safra, o que acarreta desmobilização de mão de obra, e, por outro, o avanço do ciclo vegetativo das culturas de verão, que constitui estímulo a novas contratações”.
No segmento “dentro da porteira”, composto por atividades características da agropecuária, foram criados 666 postos de trabalho com carteira assinada. Contribuiu decisivamente para esse desempenho o setor de produção de lavouras temporárias, que apresentou saldo positivo de 575 empregos. Já no segmento “antes da porteira”, constituído por atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, houve incremento de 274 postos de trabalho, com destaques para o setor de produção de sementes e mudas certificadas Nesse setor, ressalta-se a criação de 291 vagas no município de Cruz Alta.
Na comparação com igual mês do ano anterior, o acréscimo de postos de trabalho em 2017 foi superior, com diferença de 546 empregos.
Acumulado no ano
No acumulado de janeiro a outubro de 2017 foram criados 3.816 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Em igual período de 2016 o saldo entre admissões e desligamentos era de 4.516 empregos, resultando, portanto, em uma variação negativa de 700 postos.
Os setores com maior criação de empregos em 2017 foram os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 1.694 postos), de produção de lavouras permanentes (1.208 postos) e de abate e fabricação de produtos de carne (mais 739 postos). Por outro lado, os setores com maior fechamento de vagas no ano foram os de produção de sementes e mudas certificadas (menos 1.236 postos), de curtimento e preparações do couro (menos 313 postos) e de fabricação de conservas (menos 305 postos). Segundo Feix, “2017 está se caracterizando com um ano de recuperação da produção das indústrias do fumo e de máquinas agrícolas no Estado, o que vem se traduzindo na criação de postos de trabalho. A produção agrícola recorde também favoreceu a dinamização de setores do agronegócio que atuam no comércio atacadista, movimento que tende a perdurar nos próximos meses com o avanço da nova safra de verão”.
Íntegra dos dados do emprego com carteira assinada no agronegócio aqui.
Anelise Rublescki – Jornalista