Agronegócio gaúcho volta a registrar saldo positivo de empregos formais em outubro

A Fundação de Economia e Estatística divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul e do Brasil referentes a outubro de 2017. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Em seguida, são descritos, brevemente, os resultados do Rio Grande do Sul para o mês de outubro, o acumulado do ano e os últimos 12 meses.

Outubro de 2017

No mês de outubro, foi registrado saldo positivo de empregos formais no agronegócio do Rio Grande do Sul. O número de admissões (12.815) foi superior ao de desligamentos (9.244), resultando na criação de 3.571 postos de trabalho com carteira assinada. Assim, encerra-se a série de seis meses de saldos negativos iniciada em abril.

Em outubro, os três segmentos do agronegócio gaúcho registraram saldo positivo de empregos. O resultado mais expressivo ocorreu no segmento “depois da porteira”, formado por atividades agroindustriais e de comércio atacadista (mais 2.631 postos). O setor de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais liderou as admissões no mês, tendo apresentado um saldo positivo de 1.203 empregos com carteira assinada. Em seguida, aparece o setor de fabricação de conservas (mais 1.051 postos), cuja criação de empregos concentrou-se nos Municípios de Morro Redondo e Pelotas. Na contramão do movimento geral do agronegócio, mas refletindo um movimento sazonal decorrente da conclusão do processamento de matéria-prima colhida na última safra, o setor com maior fechamento de vagas no mês foi o de fabricação de produtos do fumo (menos 379 postos).

No segmento “dentro da porteira”, composto por atividades características da agropecuária, foram criados 666 postos de trabalho com carteira assinada. Contribuiu decisivamente para esse desempenho o setor de produção de lavouras temporárias, que apresentou saldo positivo de 575 empregos. Com o avanço da implantação da safra de verão, ocorreu maior mobilização de mão de obra, registrando-se saldos expressivos nas atividades de cultivo de cereais (mais 376 postos) e de soja (mais 125 postos).

No segmento “antes da porteira”, constituído por atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, houve incremento de 274 postos de trabalho. Nesse segmento, o setor de produção de sementes e mudas certificadas foi o que mais criou empregos em outubro (mais 307 postos). Nesse setor, ressalta-se a criação de 291 vagas no Município de Cruz Alta.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o acréscimo de postos de trabalho em 2017 foi superior, com diferença de 546 empregos. Enquanto, em outubro de 2016, foram criados 3.025 empregos, em 2017 o incremento foi de 3.571 postos com carteira assinada. Na comparação desses dois meses, o setor com maior variação positiva no saldo de empregos, foi o de fabricação de conservas. Enquanto, em 2016, as admissões nesse setor concentraram-se em novembro, no ano corrente as contratações foram antecipadas, refletindo-se em maior saldo no mês de outubro (diferença positiva de mais 797 postos).

 Acumulado no ano

No acumulado de janeiro a outubro de 2017, foram criados 3.816 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Em igual período de 2016, o saldo entre admissões e desligamentos era de 4.516 empregos, resultando, portanto, em uma variação negativa de 700 postos.

Os setores com maior criação de empregos em 2017 foram os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 1.694 postos), de produção de lavouras permanentes (1.208 postos) e de abate e fabricação de produtos de carne (mais 739 postos). Por outro lado, os setores com maior fechamento de vagas no ano foram os de produção de sementes e mudas certificadas (menos 1.236 postos), de curtimento e preparações do couro (menos 313 postos) e de fabricação de conservas (menos 305 postos) (Tabela 1).

Na comparação entre os 10 primeiros meses de 2016 e de 2017, o setor que mais melhorou seu saldo de empregos no período foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários, seguido pelos de fabricação de produtos do fumo e de abate e fabricação de produtos de carne. Já os setores que mais pioraram seu saldo de empregos foram os de produção florestal e de produção de sementes e mudas certificadas.

Últimos 12 meses

Nos últimos 12 meses (nov./2016-out./2017), foram criados 1.008 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio gaúcho.

Os setores com maior criação de empregos nesse período foram os de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (mais 619 postos), fabricação de conservas (mais 572 postos) e fabricação de produtos do fumo (mais 439 empregos). Entre os setores que seguem apresentando saldo negativo de empregos nos últimos 12 meses, os destaques são os de curtimento e preparações do couro (menos 530 empregos), pecuária (menos 406 empregos) e produção florestal (menos 366 empregos).

Comparando-se a diferença entre os saldos de empregos nos dois últimos períodos de 12 meses, observa-se que, assim como verificado para o acumulado do ano, o setor que mais melhorou sua condição foi o de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. Enquanto, no período nov./2015-out./2016, foram fechados 1.474 postos, refletindo a queda nas vendas que se acentuou a partir do segundo semestre de 2014, nos últimos 12 meses foram criados 174 empregos no setor. Por outro lado, os setores que mais pioraram seu desempenho foram os de produção florestal e de abate e fabricação de produtos de carne.

No Gráfico 2, são apresentadas as informações do número de empregos com carteira assinada nos cinco principais setores empregadores do agronegócio do Rio Grande do Sul. A diferença nos estoques de emprego de cada setor equivale ao saldo nos últimos 12 meses.