Em julho, o agronegócio do RS registrou saldo negativo de 1.177 empregos formais. O número de admissões (10.998) foi inferior ao de desligamentos (12.175). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (5) pela Fundação de Economia e Estatística.
Julho foi o quarto mês consecutivo com saldo negativo de empregos no agronegócio gaúcho. De acordo com a economista da FEE Carolina Agranonik, isso reflete a continuidade do movimento sazonal de desmobilização de mão de obra que historicamente se inicia no segundo trimestre de cada ano.
O segmento que contribuiu para essa retração foi o “depois da porteira”, formado por atividades agroindustriais e de comércio atacadista. O saldo negativo de empregos nesse segmento foi de 1.906 postos de trabalho, sendo que o setor de fabricação de produtos de fumo registrou a maior perda (1.353 empregos com carteira assinada). “Após ter liderado as contratações entre março e abril por causa do processamento do fumo colhido no início do ano, a indústria fumageira iniciou o período de demissões, que tende a perdurar até outubro”, avalia Carolina.
Nos outros segmentos do agronegócio, houve criação de postos de trabalho. No segmento “dentro da porteira”, constituído de atividades características da agropecuária, houve criação de 454 postos de trabalho. A produção de lavouras permanentes contribuiu decisivamente para esse desempenho, pois registrou a criação de 718 empregos com carteira assinada, após quatro meses de saldo negativo. No segmento “antes da porteira”, que abrange atividades dedicadas ao fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos para a agropecuária, o saldo foi de 275 empregos. O setor fabricação de rações foi o que registrou o maior ganho de empregos no segmento (mais 97 postos). O setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários voltou a criar empregos (81 postos), após dois meses de saldo negativo.
Acumulado do ano
Os dados divulgados indicam que, no acumulado de janeiro a julho, foram criados 5.721 empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho. Esse número é 54,9% superior ao observado em igual período de 2016, quando foram criados 3.693 empregos.
Os setores com maior criação de empregos em 2017 foram os de fabricação de produtos do fumo, produção de lavouras permanentes e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. Já os setores com maior fechamento de vagas foram os de produção de sementes e mudas certificadas, de fabricação de conservas, de produção de lavouras temporárias e de abate e fabricação de produtos de carne.
Confira os dados na íntegra aqui.
Gisele Reginato – Jornalista