Exportações de soja são destaque em agosto

Em agosto, as exportações alcançaram o valor de US$ 2,4 bilhões, representado um aumento de US$ 535,7 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, passo que, no País, houve, para o mesmo período, um decréscimo de US$ 956,9 milhões. Esse resultado representou, em termos relativos, um crescimento de 29,2% no valor exportado pelo Estado, enquanto as exportações brasileiras recuaram 4,3%. Em termos do volume físico exportado, ocorreu um crescimento de 31,4% no Estado, valor bem maior que o observado no País (2,0%). Os preços, por sua vez, recuaram no Estado (-1,6%) e no País (-6,2%). Com esses resultados, o Rio Grande do Sul manteve a terceira posição nas exportações nacionais — abaixo de São Paulo (25,18%) e Minas Gerais (13,23%) e acima do Paraná (9,02%) —, com uma participação de 11,05%. (Tabela 1).

Destacam-se, no mês, as exportações da agropecuária, que atingiram US$ 972,1 milhões, com um crescimento de US$ 542,1 milhões (126,1% em valor, 157,7% em volume físico e queda de 12,3% nos preços) em relação ao mesmo mês do ano anterior (Tabela 3). Esse desempenho foi fruto das exportações de soja, que atingiram US$ 939,8 milhões, o que resultou em um acréscimo de US$ 568,6 milhões em relação a agosto do ano anterior. Esse crescimento (153,2%) foi consequência, principalmente, do aumento no volume físico exportado (194,0%), com os preços apresentando uma redução (-13,9%) no período (Tabela 4).

A indústria de transformação, em agosto, registrou um aumento de US$ 5,6 milhões (0,4%), com redução (-2,3%) no volume físico exportado e aumento (2,7%) nos preços. Destacam-se os crescimentos de US$ 57,1 milhões (26,5%) nas exportações de fumo, de US$ 28,6 milhões (26,2%) nas de máquinas e equipamentos e de US$ 20,6 milhões (18,2%) nas de veículos automotores. Notabiliza-se também a queda de US$ 73,1 milhões (-16,2%) nas exportações de alimentos (Tabela 5).

Considerando-se os países de destino, salientam-se as exportações para a China, que alcançaram, em agosto, o valor de US$ 897,2 milhões, ou seja, 37,89% do total exportado pelo Estado. Houve um crescimento de US$ 482,7 milhões (116,5%) nas exportações para a China, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. (Tabela 6). Esse desempenho foi devido ao crescimento de US$ 517,2 milhões (174,4%) nas exportações de soja, decorrente, fundamentalmente, do acréscimo de 1,0 bilhão de toneladas no volume físico exportado, uma vez que houve redução nos preços. Em agosto do corrente ano, as exportações de soja representaram 90,7% do total exportado para a China.

Nos primeiros oito meses do ano, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 15,4 bilhões, o que significou um aumento de US$ 3,3 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior. Em decorrência desse resultado, o valor exportado pelo Estado registrou uma evolução (27,0%) bem superior à observada no País (-2,5%), sendo a maior dentre os 10 maiores estados exportadores. A variação do volume das exportações do Estado foi positiva (11,7%) e ainda bem acima da ocorrida em nível nacional (2,2%). Esse crescimento em volume foi o segundo maior dentre os 10 maiores estados exportadores, sendo superado apenas pelo do Mato Grosso (17,1%). No ano, o Estado atingiu a terceira posição entre os maiores estados exportadores — abaixo de São Paulo (23,61%) e Minas Gerais (13,99%) e acima do Rio de Janeiro (8,02%) —, com 9,83% das exportações nacionais (Tabela 2).

As exportações da indústria de transformação registraram crescimento de US$ 1,6 bilhão no acumulado do ano (19,7% em valor, -2,8% em volume e 20,3% nos preços), enquanto as exportações agropecuárias aumentaram US$ 1,7 bilhão (68,2% em valor, 68,1% em volume e 0,1% em preços) — Tabela 7. Dentre os principais produtos exportados pela agropecuária, destacam-se os acréscimos de US$ 1,5 bilhão nas vendas de grãos de soja (78,2% em valor, 82,7% em volume e -2,4% em preços) e de US$ 217,0 milhões nas exportações de milho (783,6% em valor, 710,8% em volume e 9,0% em preços) — Tabela 8. Do total de US$ 3,4 bilhões exportados de soja no ano, US$ 3,0 bilhões (87,45%) correspondem ao valor destinado para a China.

Na indústria de transformação (Tabela 9), salienta-se o crescimento de US$ 1,6 bilhão no setor de outros equipamentos de transporte, devido à exportação de uma plataforma de perfuração/exploração de petróleo. Com menor intensidade, aparecem os crescimentos de US$ 120,0 milhões nas exportações de derivados de petróleo (129,1% em valor, 132,3% em volume e -1,4% em preços), de US$ 96,0 milhões nas de fumo (7,7% em valor, 1,7% em volume e 5,9% em preços), US$ 86,1 milhões nas de produtos químicos (6,2% em valor, 11,1% em volume e -4,4% em preços), de US$ 83,5 milhões nas de veículos automotores (11,3% em valor, 8,7% em volume e 2,3% em preços) e de US$ 67,6 milhões nas de metalurgia básica (106,6% em valor, 24,3% em volume e 66,3% em preços). Destacam-se negativamente os decréscimos de US$ 385,4 milhões nas exportações do setor de alimentos e bebidas (-12,8% em valor, -18,9% em volume e 7,6% em preços) e de US$ 104,6 milhões nas de máquinas e equipamentos (-10,4% em valor, -11,1% em volume e 0,8% em preços). No setor de alimentos e bebidas, são significativas as reduções de US$ 237,5 milhões nas exportações de óleo de soja, de US$ 196,4 milhões nas de arroz e de US$ 70,3 milhões nas de farelo de soja.

No que diz respeito aos principais destinos das exportações do Estado (Tabela 10), têm ênfase, no acumulado do ano, os crescimentos de US$ 1,6 bilhão para o Panamá (plataforma de petróleo), de US$ 1,2 bilhão (53,3%) para a China, de US$ 198,5 milhões (19,9%) para a Argentina, de US$ 178,4 milhões (89,4%) para a Coréia do Sul, de US$ 159,2 milhões (131,1%) para Taiwan, de US$ 153,7 milhões (15,4%) para os Estados Unidos e de US$ 119,8 milhões (32,5%) milhões para o Paraguai. Como destaques negativos, registram-se as reduções de US$ 82,3 milhões (-35,7%) para a França, de US$ 82,0 milhões (-18,0%) para a Holanda e de US$ 56,0 milhões (-22,7%) para a Venezuela.