Exportações do agronegócio gaúcho registram queda de 1,4% no primeiro semestre

Em junho de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 1,1 bilhão. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram quedas no valor (-16,9%), no volume (-16,2%) e nos preços médios praticados (-0,8%). Em termos absolutos, a redução nas exportações foi de US$ 227,2 milhões.

Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em junho de 2017 foram complexo soja (US$ 597,2 milhões), carnes (US$ 172,3 milhões), fumo e seus produtos (US$ 163,1 milhões), produtos florestais (US$ 74,3 milhões) e couros e peleteria (US$ 28,5 milhões). Comparativamente a junho de 2016, a queda no valor exportado foi condicionada, sobretudo, pelo resultado dos seguintes setores: complexo soja (menos US$ 210,5 milhões, -26,1%), carnes (menos US$ 26,3 milhões, -13,2%), máquinas e implementos agrícolas (menos US$ 16,9 milhões, -78,0%) e couros e peleteria (menos US$ 10,5 milhões, -26,8%). A queda nas exportações do complexo soja é explicada pela redução nos embarques do grão. No mês de junho, foi embarcado 1,3 milhão de toneladas de soja, volume 27,5% menor que comercializado em igual mês do ano anterior.

Na contramão da tendência geral, o setor que apresentou maior elevação no valor exportado foi o de fumo e seus produtos, com acréscimo de US$ 31,2 milhões (alta de 23,7% em valor e 20,0% em volume).

Os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho em junho deste ano foram China (41,7%), União Europeia (18,2%), Irã (4,5%), Estados Unidos (4,4%), Rússia (3,8%) e Coreia do Sul (2,6%). Esses destinos concentraram 75,1% do valor das vendas externas em junho. Comparativamente a junho de 2016, a China foi responsável pela maior redução absoluta em valor (menos US$ 239,2 milhões, -33,9%), seguida da Venezuela (menos US$ 29,2 milhões, -77,8%), de Taiwan (menos US$ 11,2 milhões; -81,0%) e dos Estados Unidos (menos US$ 6,6 milhões, -11,9%). As quedas nas vendas para China e Taiwan concentraram-se no complexo soja, enquanto, para a Venezuela, os setores que apresentaram as maiores reduções foram os de carnes, notadamente a carne de frango e de produtos lácteos. Para os Estados Unidos, houve reduções significativas nas exportações dos setores de fumo e seus produtos e de produtos florestais.

Acumulado do ano

No primeiro semestre de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 5,2 bilhões, o que representa uma queda de 1,4% em relação a igual período de 2016. A dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar crescimento no volume embarcado (1,5%) e queda nos preços médios (-2,8%).

Nos primeiros seis meses de 2017, os setores mais importantes para as exportações do agronegócio gaúcho foram complexo soja (US$ 2,6 bilhões), carnes (US$ 962,1 milhões), fumo e seus produtos (US$ 467,6 milhões), produtos florestais (US$ 328,5 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 241,5 milhões).
Comparativamente ao primeiro semestre de 2016, fumo e seus produtos foi o setor com maior queda absoluta no valor exportado (menos US$ 115,5 milhões, -19,8%). O segundo setor com maior redução absoluta nas vendas é o de produtos florestais (menos US$ 76,3 milhões, -18,8%), seguido pelo de máquinas e implementos agrícolas (menos US$ 63,1 milhões, -61,0%).

Dentre os setores com elevação no valor exportado em 2017, destaca-se o complexo soja, com crescimento de US$ 187,0 milhões (alta de 7,8% em valor e de 7,2% em volume). Apesar do aumento nas vendas, o ritmo dos embarques segue abaixo do esperado, considerando-se o incremento da produção gaúcha de soja de 14,6% segundo o IBGE (18,6 milhões de toneladas). Portanto, há uma oferta expressiva de produto armazenado que pode ser comercializada no segundo semestre, dependendo, sobretudo, das condições de formação de preços no mercado internacional e do mercado de divisas (taxa de câmbio).

Outros setores com incrementos expressivos nas exportações, comparativamente ao primeiro semestre de 2016, são os de carnes, (mais US$ 36,2 milhões, 3,9%) e demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes (mais US$ 21,5 milhões, 62,0%). Sobre este último setor, destacam-se as vendas de peças e conjuntos de máquinas para serem montados na Argentina.

Em se tratando dos destinos das vendas do agronegócio gaúcho em 2017, os destaques são China (42,5%), União Europeia (13,2%), Rússia (3,7%), Coreia do Sul (3,4%) e Estados Unidos (3,1%). Esses destinos concentraram 66,1% das exportações do período. As principais quedas absolutas nas vendas ocorreram para a União Europeia (menos US$ 87,4 milhões, -11,3%), Paquistão (menos US$ 62,0 milhões, -73,2%), Venezuela (menos US$ 46,7 milhões, -55,0%) e Estados Unidos (menos US$ 46,6 milhões, -22,3%). Para a União Europeia e o Paquistão, o destaque negativo ficou por conta do complexo soja. O setor de fumo e seus produtos apresentou a maior queda absoluta nas exportações para os Estados Unidos. Para a Venezuela, o desempenho negativo do acumulado no ano é explicado, em grande parte, pelas reduções nas vendas ocorridas no setor de carnes (carne de frango) e de cereais farinhas e preparações (arroz com casca).

Embora os números agregados revelem queda nas vendas externas em 2017, vale destacar o crescimento nas exportações do complexo soja para a China, da carne suína para a Rússia, do trigo para a Coreia do Sul e das partes de outras máquinas e aparelhos para colheita e debulha para a Argentina.