Com recorde nos embarques de soja, exportações do agronegócio gaúcho registram crescimento de 24,4% no mês de setembro

Em setembro de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 1,0 bilhão. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram elevações no valor (24,4%) e no volume (56,6%) e queda nos preços médios praticados (-20,6%). Em termos absolutos, o crescimento nas exportações foi de US$ 205,8 milhões.

Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em setembro de 2017 foram: complexo soja (US$ 545,5 milhões), carnes (US$ 177,9 milhões), fumo e seus produtos (US$ 167,4 milhões), produtos florestais (US$ 29,8 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 28,7 milhões).

Comparativamente a setembro de 2016, o aumento no valor exportado foi condicionado, sobretudo, pelo resultado dos seguintes setores: complexo soja (mais US$ 204,6 milhões, 60,0%), fumo e seus produtos (mais US$ 31,5 milhões, 23,2%) e cereais, farinhas e preparações (mais US$ 9,7 milhões, 51,3%).

O aumento nas exportações do complexo soja foi determinado pelas vendas da soja em grão, que avançaram 139,9% em valor e 170,9% em volume, relativamente a setembro de 2016. O volume de 1,3 milhão de tonelada de soja exportada é o maior para um mês de setembro desde o início da série histórica divulgada pela FEE. Já as exportações de farelo e de óleo de soja tiveram redução de 64,2% e 57,5% respectivamente, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Além do recorde nos volumes embarcados, que reflete a dimensão da última safra, o crescimento expressivo nas vendas do grão de soja em setembro deste ano também se deve ao montante atipicamente baixo observado nesse mesmo mês de 2016, quando os embarques declinaram em função da baixa nos preços externos e por uma taxa de cambio considerada desfavorável para a exportação.

O crescimento nas exportações do setor de fumo e seus produtos, que teve o segundo melhor desempenho no mês, reflete a maior disponibilidade de matéria-prima para processamento, tendo em vista que a produção gaúcha cresceu 27,5% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No setor de cereais farinhas e preparações, o crescimento nas exportações é explicado pelo incremento nas remessas externas de arroz, cultura que também apresentou elevação na produção na safra 2016/17 (mais 16,5%).

Na contramão da tendência geral do mês, o setor que apresentou maior queda no valor exportado foi o de produtos florestais (menos US$ 21,0 milhões, -41,4%), tendo a empresa Celulose Riograndense contribuído decisivamente para esse resultado. No mês, também houve redução expressiva nas vendas do setor de máquinas e implementos agrícolas (menos US$ 18,1 milhões, -71,8%).

Em setembro, os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho foram: China (48,5%), União Europeia (15,4%), Estados Unidos (2,9%), Rússia (2,9%), Irã (2,2%) e Argentina (2,2%). Esses destinos concentraram 74,2% do valor das vendas externas. Comparativamente a setembro de 2016, a China foi responsável pela maior variação absoluta em valor (mais US$ 305,1 milhões, 149,3%%), seguida do Egito (mais US$ 11,4 milhões, 646,3%), dos Estados Unidos (mais US$ 8,6 milhões; 38,6%) e da Turquia (mais US$ 7,4 milhões, 7.517,9%). O aumento nas vendas para a China é explicado pelas remessas do complexo soja. Já para o Egito, o incremento foi liderado pela carne de frango. Para os Estados Unidos, o setor que apresentou o maior crescimento foi de fumo não manufaturado. Já para a Turquia, a variação positiva se deve a comercialização de aproximadamente 10.000 bovinos vivos pelo porto de Rio Grande.

Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a setembro de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 8,4 bilhões, valor 3,0% menor que o registrado em igual período de 2016. A dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar aumento no volume embarcado (1,5%) e diminuição nos preços médios (4,4%).

Nos primeiros nove meses de 2017, os setores mais importantes para as exportações do agronegócio gaúcho foram: complexo soja (US$ 4,3 bilhões), carnes (US$ 1,5 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 955,7 milhões), produtos florestais (US$ 441,1 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 315,2 milhões).
Comparativamente a igual período de 2016, o setor de produtos florestais foi o que apresentou a maior queda absoluta no valor exportado (menos US$ 140,5 milhões, -24,2%). Esse resultado foi determinado pelas reduções nas exportações de celulose (menos US$ 109,8 milhões, -24,8%) e de madeira em bruto e manufaturas de madeira (menos US$ 34,3 milhões, -27,4%).

Os setores que apresentaram a segunda e a terceira maiores quedas absolutas nos valores exportados foram os de fumo e seus produtos (menos US$ 119,1 milhões, -11,1%) e de máquinas e implementos agrícolas (menos US$ 118,0 milhões, -65,6%). No setor de fumo, o produto que determinou a queda nas vendas foi o de fumo não manufaturado, com reduções em valor (-12,0%), volume (-11,8%) e nos preços médios (-0,3%). O menor volume exportado no ano ainda reflete a menor disponibilidade de matéria-prima decorrente da queda da produção nacional de fumo. A União Europeia e os Estados Unidos são os principais importadores de fumo não manufaturado do RS e apresentaram as maiores reduções absolutas nas compras, comparativamente a 2016. No setor de máquinas e implementos agrícolas, o número negativo ocorreu, sobretudo, devido ao menor número de tratores agrícolas vendidos à Argentina e ao México.

Dentre os setores com elevação no valor exportado em 2017, destacam-se os de soja (mais US$ 62,0 milhões, 1,5%), de carnes (mais US$ 62,0 milhões, 4,4%) e de demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes (mais US$ 21,6 milhões, 32,6%). O dado positivo do complexo soja deu-se com o aumento das importações chinesas do grão. O crescimento nas exportações do setor de carnes foi impulsionado pela elevação nos preços médios das carnes suína (25,6%) e de frango (3,0%). No setor de demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes, destacam-se as vendas de peças e conjuntos de máquinas para serem montados na Argentina, em substituição a produtos finais comercializados anteriormente, notadamente de tratores e colheitadeiras.

Em se tratando dos destinos das vendas do agronegócio gaúcho em 2017, os destaques são: China (45,5%), União Europeia (13,3%), Rússia (3,5%), Estados Unidos (3,2%) e Coreia do Sul (2,7%). Esses destinos concentraram 68,2% das exportações do período. As principais quedas absolutas nas vendas ocorreram para a União Europeia (menos US$ 204,5 milhões, -15,4%), com destaque para o farelo de soja, a celulose e produtos do fumo. O Irã e o Paquistão foram responsáveis pela segunda e a terceira maiores quedas nas exportações, tendo reduzido especialmente as compras de soja em grão. Outras quedas expressivas ocorreram para a Venezuela (carne de frango, cereais e leite em pó) e para a Coreia do Sul (farelo de soja, celulose e fumo não manufaturado).