Com recorde nos embarques de soja, exportações do agronegócio gaúcho registram crescimento de 21,2% no mês de novembro

Em novembro de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$ 902,4 milhões. Comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, ocorreram aumentos no valor (21,2%) e no volume (24,8%) e redução nos preços médios praticados (-2,9%). Em termos absolutos, o aumento nas exportações foi de US$ 158,1 milhões.

Os cinco principais setores exportadores do agronegócio em novembro de 2017 foram: complexo soja (US$ 332,6 milhões), fumo e seus produtos (US$ 225,6 milhões), carnes (US$ 175,5 milhões), couros e peleteria (US$ 28,0 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 26,3 milhões).

Comparativamente a novembro de 2016, o crescimento no valor exportado foi condicionado, sobretudo, pelo resultado dos seguintes setores: complexo soja (mais US$ 185,1 milhões, 125,5%), fumo e seus produtos (mais US$ 17,6 milhões, 8,5%) e cereais, farinhas e suas preparações (mais US$ 11,8 milhões, 80,9%). O aumento nas exportações do complexo soja é explicado, sobretudo, pelo maior volume embarcado de soja em grão, que atingiu 746,4 mil toneladas em novembro, quantidade 268,6% maior que a registrada em 2016. Analisando a série histórica iniciada em 2007, observa-se que esse foi o maior volume de soja em grão exportado pelo Rio Grande do Sul no mês de novembro.

Na contramão da tendência geral, o setor do agronegócio gaúcho que apresentou a maior queda no valor exportado foi o de produtos florestais, com decréscimo de US$ 58,4 milhões (-75,5% em valor e -89,3% em volume),  especialmente devido à menor exportação de celulose. Isso se deve à retomada da produção de forma gradual na fábrica da Celulose Rio-Grandense durante o mês de novembro, após problemas técnicos, cuja capacidade de produção plena somente deve ser alcançada no início de 2018. O segundo maior declínio nas exportações do agronegócio verificou-se no setor de máquinas e implementos agrícolas (menos US$11,3 milhões, -49,5%).

Em novembro, os principais destinos das exportações do agronegócio gaúcho foram: China (45,2%), União Europeia (14,6%), Rússia (3,2%), Estados Unidos (3,0%) e Argentina (2,7%). Esses destinos concentraram 68,7% do valor das vendas externas. Comparativamente a novembro de 2016, a China foi responsável pelo maior incremento absoluto em valor (mais US$ 163,5 milhões, 66,9%), seguida da União Europeia (mais US$ 24,9 milhões, 23,2%), do Iraque (mais US$ 9,8 milhões, 421,37%) e da Argélia (mais US$ 8,1 milhões, 3.013,2%). Para a China, o destaque é explicado pelo aumento das vendas da soja em grão. O aumento nos embarques destinados à União Europeia deu-se principalmente nos setores do complexo soja (farelo) e de fumo não manufaturado. Para o Iraque, houve crescimento substancial da comercialização de carne de frango, enquanto para a Argélia pode-se frisar as exportações de óleo de soja.

Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a novembro de 2017, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 10,4 bilhões, valor 1,0% maior ao registrado em igual período de 2016. A dinâmica das vendas externas foi caracterizada por apresentar aumento no volume embarcado (5,8%) e queda nos preços médios (-4,5%).

Nos primeiros 11 meses de 2017, os setores mais importantes para as exportações do agronegócio gaúcho foram: complexo soja (US$ 5,1 bilhões), carnes (US$ 1,8 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 1,5 bilhão), produtos florestais (US$ 503,4 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 363,5 milhões).

Comparativamente aos 11 primeiros meses do ano anterior, o complexo soja foi o setor que apresentou o maior crescimento absoluto no valor exportado (mais US$ 413,5 milhões, 8,9%). Os incrementos de 16,8% no valor e de 23,6% no volume das exportações de soja em grão foram o principal responsável por esse desempenho. Os setores que apresentaram a segunda e a terceira maior variação absoluta nos valores exportados foram o de carnes (mais US$ 80,8 milhões, 4,6%) e o de demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes (mais US$ 20,8 milhões, 23,1%). O setor de carnes foi impulsionado pelos maiores preços médios praticados na carne suína (18,7%) e de frango (3,9%). Já o crescimento no setor de demais máquinas e equipamentos agropecuários e suas partes é explicado pelo aumento das vendas externas de peças e componentes (44,1%).

Por outro lado, dentre os setores com queda no valor exportado em 2017, destacam-se: produtos florestais (menos US$ 209,8 milhões, -29,4%), máquinas e implementos agrícolas (menos US$ 140,3 milhões, -62,0%) e fumo e seus produtos (menos US$ 64,3 milhões, -4,2%). O menor valor das exportações do setor de produtos florestais ocorreu devido à diminuição do volume embarcado, especialmente de celulose, enquanto o de máquinas e implementos agrícolas foi afetado pela queda nas vendas externas de tratores agrícolas. O desempenho do setor de fumo e seus produtos é explicado especialmente pelo menor valor exportado de fumo não manufaturado (menos US$ 69,7 milhões, -4,9%), consequência do menor volume comercializado (-3,4) e de queda nos preços praticados (-1,5%).

Em se tratando dos destinos das vendas do agronegócio gaúcho em 2017, os destaques são: China (44,7%), União Europeia (14,1%), Rússia (3,4%), Estados Unidos (3,2%) e Coreia do Sul (2,7%). Esses destinos concentraram 68,1% das exportações do período. Os principais aumentos nas vendas ocorreram para a China (mais US$ 690,8 milhões, 17,5%), o Egito (mais US$ 72,1 milhões, 121,1%), a Rússia (mais US$ 62,0 milhões, 21,2%), o Iraque (mais US$ 36,8 milhões, 250,1%) e Taiwan (mais US$ 27,7 milhões, 57,3%). Para a China os destaques positivos ficaram por conta do complexo soja (soja em grão) e do setor de carnes (carne de frango). O Egito aumentou as importações de carne de frango e de fumo não manufaturado. Para a Rússia, o desempenho positivo do acumulado no ano é explicado, em grande parte, pelo incremento nas vendas de carne suína. Enquanto, para o Iraque, o incremento que se destacou foi o de carne de frango, para Taiwan houve elevação nas vendas de soja em grão. Por outro lado, o país que mais reduziu suas compras do agronegócio gaúcho foi o Irã (menos US$ 144,9 milhões, -39,2%), especialmente no setor do complexo soja (grão, farelo e óleo).