Agronegócio gaúcho apresenta saldo negativo de empregos com carteira assinada pelo quarto mês consecutivo

A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulga as estatísticas do emprego formal celetista do agronegócio do Rio Grande do Sul referentes a julho de 2016. As estatísticas geradas tomam por base os dados brutos disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em seguida, são descritos os resultados para o mês de julho e para o acumulado do ano de 2016, assim como a variação do estoque de trabalhadores em relação a julho de 2015.

Mês de julho

No mês de julho, foi registrado um saldo negativo de 3.646 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio do Rio Grande do Sul. Essa foi a diferença entre o número de admissões (9.551) e o de desligamentos (13.197) de trabalhadores formais celetistas nas atividades que compõem o setor. O resultado é explicado pela continuidade do movimento de queda nas admissões, iniciado em abril de 2016. Na comparação com julho de 2015, observa-se que a perda de empregos foi exatamente a mesma.

Gráfico 1

O segmento “depois da porteira” foi o que registrou a maior perda de postos de trabalho    (-3.463). Os setores com os piores saldos foram os de fabricação de produtos do fumo (-2.406 postos), de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais (-437 postos) e de abate e preparação de produtos de carne (-294 postos).

Acumulado do ano

Nos sete primeiros meses do ano, o saldo de empregos com carteira assinada no agronegócio gaúcho continuou positivo (3.505 postos). O resultado foi inferior ao verificado em igual período de 2015, quando a criação de empregos no agronegócio totalizava 5.559 postos de trabalho.

Até julho, os setores com maior criação de empregos foram os de fabricação de produtos do fumo (4.892 postos), de produção de lavouras permanentes (1.415 postos) e de fabricação de adubos e fertilizantes (506 postos). Por outro lado, os setores com maior perda de empregos em 2016 são os de produção de lavouras temporárias (-1.422 postos), de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (-1.001 postos), de produção de sementes e mudas certificadas (-582 postos) e de laticínios (-578 postos).

Ressalva-se que, nos próximos meses, deve persistir a desmobilização de trabalhadores ocupados no beneficiamento do fumo, movimento que tende a contribuir para a deterioração do saldo de empregos formais no agronegócio gaúcho.

Estoque de empregos

Em julho, o estoque de empregos formais celetistas no agronegócio foi estimado em 318.093 postos. Esse número é 1,9% inferior ao registrado em julho de 2015. O segmento “dentro da porteira”, representativo das atividades agropecuárias, foi o único a apresentar crescimento no estoque de trabalhadores nesse período (543 postos, alta de 0,7%).

Gráfico 2

Entre julho de 2015 e julho de 2016, os setores do agronegócio gaúcho com maior redução no estoque de empregos com carteira assinada foram os de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários (-3.052 postos, -12,0%); fabricação de produtos do fumo (-2.565 postos; -19,3%); fabricação de produtos intermediários de madeira (-548 postos, -5,7%); e fabricação de laticínios (-300 postos, -3,2%). Entre os setores com maior criação de postos de trabalho, destacam-se os de produção florestal (294 postos, 6,0%); fabricação de rações (258 postos, 5,5%); e de produção de lavouras temporárias (237 postos, 0,8%).

gráfico 3