Trabalho livre para além do assalariamento: campesinato negro no pós-Abolição, nem cativos, nem operários

Textos para Discussão FEE, n.141 (2015) - ISSN 1984-5588

Autor(es):
Rodrigo de Azevedo Weimer

Resumo

O objetivo deste texto de discussão é problematizar as formas como a historiografia, a partir da primeira década de 2000, tem discutido as intersecções entre os trabalhos livre e escravo. Reconhece-se a abertura dada pela bibliografia sobre o movimento operário à questão da escravidão e sua preocupação com os ex-cativos e descendentes na constituição do proletariado nacional. Essa abordagem, todavia, ignora as contribuições da bibliografia pertinente ao período posterior à Abolição, que aponta que as expectativas de liberdade concernentes, especificamente, aos antigos escravos sitos no meio rural eram o trabalho para si e o estabelecimento de glebas camponesas. Critica-se aqui a redução da noção de trabalho livre ao assalariamento. A partir do exemplo da comunidade negra do Morro Alto, procura-se entender a formação de um campesinato negro, majoritário em termos de experiências negras no Rio Grande do Sul, que extrapola a dicotomia salário/escravidão.
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