Relações comerciais e integração na América do Sul

Textos para Discussão FEE, n.84 (2010) - ISSN 1984-5588

Autor(es):
Luiz Augusto E. Faria e Carolina Rigotti Coutinho

Resumo

A finalidade do artigo é analisar as relações comerciais entre os países da América do Sul e desses países com o resto do mundo, entre 1980 e 2007, para verificar a sua evolução, pois este é um fator bastante importante para a integração regional. Utilizou-se como método a elaboração de tabelas e gráficos partindo os dados da CEPAL para exportação e importação e por produto, segundo o Código Industrial Internacional Uniforme (CIIU), revisão 2, agrupações, para: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Em relação aos resultados, pode-se mencionar um aumento apreciável das exportações dos países do Mercosul para os outros membros do Bloco a partir do ano de sua criação, tendo uma queda de 1997 em diante e se recuperando especialmente a partir de 2000. Além disso, nota-se uma maior dependência do Mercosul tanto em termos de exportação quanto de importação por parte de Paraguai e Uruguai. O mesmo ocorre com a Bolívia, mesmo não sendo um membro do Bloco, somente um país associado ao mesmo. Quanto às importações, pode-se observar que os produtos que se destacam na pauta vindos de todos os países do mundo são materiais de transporte, substâncias químicas, máquinas e petróleo. Já quanto às exportações para o mundo, de maneira geral produtos alimentícios, agrícolas, minérios, petróleo e gás são os que têm maior peso na pauta dos países sul-americanos, mas é possível perceber, durante o período analisado, uma diminuição na sua importância. Assim, com a criação do Mercosul, houve um aumento do comércio regional, e, de maneira geral, tem havido uma maior diversificação na pauta de exportação dos países sul-americanos. Além disso, pode-se afirmar que, sob o ponto de vista do comércio, o processo de integração tem mais importância para os países menores.