Este trabalho tem por objetivo analisar os padrões de moradia na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), conjuntamente com duas questões importantes para o estudo das mudanças sociais e espaciais que se aprofundaram nas últimas décadas: a expansão dos condomínios fechados como escolha residencial de camadas médias e altas da população e a estratificação sócio-espacial do território metropolitano.
Os dados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000 são a fonte para a abordagem da configuração socioespacial e dos padrões de moradia da população metropolitana. Eles foram complementados por um levantamento dos empreendimentos do tipo “condomínio fechado” em oito municípios da região que permitiu a construção de um panorama sobre essa realidade.
Alguns resultados se destacaram por sua relevância para a compreensão das tendências de segmentação social do espaço na metrópole gaúcha. Ressalta o rearranjo de camadas sociais no território envolvendo alguns fenômenos: mudanças no tamanho e organização das famílias; processos de elitização e polarização social de espaços; expansão urbana e periferização da moradia, simultaneamente ao aumento de moradia irregular e avanço de camadas populares sobre áreas rurais. Os condomínios fechados se concentram no pólo metropolitano seguindo, principalmente, a rota para a zona sul, mas aparecem também em áreas mais periféricas, alterando seu conteúdo social. No resto da região sua implantação se sobressai em municípios maiores onde a diversidade social tem igualmente expressão significativa no território.
Padrões sociais de territorialidade e condomínios fechados na Metrópole Gaúcha
Textos para Discussão FEE, n.46 (2008) - ISSN 1984-5588
Autor(es):
Rosetta Mammarella e Tanya M. de Barcellos