O propósito deste texto é o de mostrar as origens da singularidade da agricultura que se desenvolveu na pequena propriedade familiar do Rio Grande do Sul a partir da sua colonização pelos imigrantes não ibéricos. Essa singularidade deve-se ao modo como foram estabelecidos os primeiros imigrantes na região de São Leopoldo: uma colônia grande, etnicamente isolada, sem maiores contatos com os produtores locais (latifundiários pecuaristas), proibidos de utilizar a mão-de-obra escrava, restritos ao uso exclusivo da mão-de-obra familiar, e num meio ambiente agroecológico totalmente desconhecido. Junte-se a isso a necessidade urgente de trabalhar a terra para dela retirar o seu sustento e da família e, ademais, produzir um excedente mercantil vendável em um mercado necessitado de produtos primários.
As origens de um sistema agrário singular no Rio Grande do Sul
Textos para Discussão FEE, n.40 (2008) - ISSN 1984-5588
Autor(es):
Marli Mertz Porto