O texto proposto tem por objetivo discutir algumas questões relevantes para o estudo dos condomínios fechados na Região Metropolitana de Porto Alegre. Estamos enfocando a realidade dos espaços privatizados, fechados e monitorados para residência, que se inscrevem no mesmo perfil dos “enclaves fortificados” definidos por Caldeira (1997), e que envolvem também o consumo, lazer ou trabalho. Na reflexão foram priorizados os aspectos que dizem respeito ao sentido da divisão público/privado, que é redimensionada nesses empreendimentos; ao seu estatuto jurídico, relativamente impreciso para pautar a intervenção que faz no ambiente, já que se constituem na prática em uma forma de criação de solo urbano; à violência como fator imbricado no processo de expansão dessa opção de moradia por alguns segmentos da população; e às implicações desse tipo de enclave no quadro de segregação e fragmentação urbana que caracteriza as metrópoles brasileiras.
O Significado dos Condomínios Fechados no Processo de Segregação Espacial nas Metrópoles
Textos para Discussão FEE, n.19 (2007) - ISSN 1984-5588
Autor(es):
Tanya M. de Barcellos e Rosetta Mammarella