Mortalidade neonatal e pós-neonatal no Rio Grande do Sul: fatores associados e principais causas no período 2006-13

Textos para Discussão FEE, n.149 (2016) - ISSN 1984-5588

Autor(es):
Danielle Rodrigues Guidini, Marilyn Agranonik

Resumo

Este estudo tem por objetivos: (a) descrever as tendências da mortalidade infantil e seus componentes (mortalidade neonatal e pós-natal) mediante as principais causas; e (b) analisar os mais relevantes fatores de risco relacionados à mortalidade infantil e seus componentes no Rio Grande do Sul, no período 2006-13. As variáveis foram descritas como frequências simples absolutas e relativas. As taxas de mortalidade foram calculadas por 1.000 nascidos vivos. Para cada variável, a evolução, no período 2006-13, foi medida através do teste Qui-Quadrado de tendência. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram utilizados dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), obtidos através do site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Houve decréscimo na taxa de mortalidade infantil (TMI), bem como em seus componentes, sendo que a TMI passou de 13,1 para 10,6 por 1.000; a taxa de mortalidade infantil neonatal (TMIN), de 8,8 para 7,0 por 1.000; e a taxa de mortalidade infantil pós-neonatal (TMIPN) caiu de 4,3 para 3,5 por 1.000. As principais causas de óbito neonatal foram malformações congênitas, fatores maternos relacionados à gravidez, infecções, afecções respiratórias, prematuridade e asfixia e/ou hipóxia. Baixo peso ao nascer, prematuridade, baixa escolaridade materna e gestação múltipla também estiveram associados ao óbito neonatal. As principais causas de óbito pós-neonatal foram: malformações congênitas, doenças do aparelho respiratório, doenças infecciosas e parasitárias, afecções do período perinatal e causas externas. A proporção de óbitos para cada uma dessas causas manteve-se estável. A TMIPN decresceu para todas as causas, exceto para as doenças do aparelho respiratório. Conclui-se que são necessários especial atenção à qualidade do atendimento oferecido à mãe e ao recém-nascido e maiores investimentos em tecnologias voltadas ao cuidado perinatal.