A consciência histórica contida nas três interpretações do Brasil, notadamente de Raymundo Faoro, Sergio Buarque de Holanda e Florestan Fernandes, fornece um conjunto de elementos específicos para compreender essencialmente a formação econômica e social, a trajetória básica do marco institucional e as raízes da cultura brasileira. As instituições herdadas de Portugal penetraram e se reproduziram nas relações de produção e de poder nos domínios rurais, criando profundas raízes nas relações sociais e econômicas da colônia e, depois, na constituição política do Estado independente e da sociedade nacionais. Os “valores liberais” foram adaptados pelos meios de poder de natureza patrimonialista e pela nossa cultura personalista, natureza política e cultura que lastrearam as organizações políticas e econômicas na definição das mudanças e continuidades institucionais. A cultura personalista influenciou poderosamente a dependência da trajetória institucional brasileira.
Inércia e mudança institucionais na História Econômica do Brasil
Textos para Discussão FEE, n.80 (2010) - ISSN 1984-5588
Autor(es):
Glaison Augusto Guerrero