Este artigo analisa a mobilidade de renda domiciliar per capita no Brasil e no RS, entre 2001 e 2015, utilizando os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Os resultados apontam que, no período de expansão dos anos 2000, a renda do trabalho e especialmente outras rendas (como benefícios sociais) cumpriram importante papel na redução das desigualdades de renda no País e no Estado. Além disso, a despeito das características socioeconômicas distintas e dos choques climáticos que afetam tanto a produção quanto a renda agrícola no RS, a dinâmica de redução da participação de indivíduos nas faixas de renda mais pobres (classe baixa) foi semelhante no Brasil e no RS. Os dados conjunturais trimestrais, no entanto, mostram que a recessão iniciada em 2014 causou uma rápida reversão nesse processo. Primeiramente, porque afeta com maior intensidade as famílias de classe média, que retornam a classes mais baixas em função da deterioração do ambiente econômico. Segundo, interrompe a transição das famílias pobres a classes mais altas. Finalmente, discutem-se impactos de médio e longo prazos da atual recessão, que tendem a amplificá-la e a tornar seus efeitos negativos mais agudos e persistentes no tempo.
Ciclos econômicos e mobilidade de renda no Brasil e no Rio Grande do Sul: uma análise para o período 2001-15
Textos para Discussão FEE, n.148 (2016) - ISSN 1984-5588
Autor(es):
Jéfferson Colombo, Guilherme Stein, Marcos Vinício Wink Jr