Como está a educação de nossas crianças?

O que a sociedade gaúcha tem feito pelas suas crianças? Existem diversas políticas públicas dirigidas à infância, mas a política educacional está dentre aquelas que mais se destacam. Educar as crianças hoje tende a ter importantes consequências para o futuro. Com isso, alguns questionamentos acerca das condições da educação no Rio Grande do Sul surgem. Afinal, as crianças gaúchas vão à escola? Elas aprendem na escola? Em comemoração ao Dia das Crianças, a FEE fez este pequeno resumo sobre a educação que o RS oferece a elas, com dados de 2013.

A educação escolar de crianças entre 0 e 3 anos não é obrigatória por lei. No entanto, creches de boa qualidade podem ser importantes para o desenvolvimento infantil. Infelizmente, há poucos dados para se avaliar a qualidade das creches.

Os dados disponibilizados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) permitem observar quantas crianças gaúchas frequentam a creche:

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Já a educação para as crianças com 4 e 5 anos de idade será obrigatória a partir de 2016.

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Esse número é baixo comparado à média brasileira, em que a frequência escolar das crianças de 4 e 5 anos ultrapassa 80%.

Portanto, há ainda trabalho a ser feito a fim de elevar esse indicador, por meio do aumento da frequência à pré-escola, um nível de ensino adequado para essa fase da infância.

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Desde meados da década de 90, o RS e o Brasil praticamente universalizaram o ensino fundamental, sem que tenha havido retrocessos. Com o problema da frequência praticamente resolvido, embora persistam problemas quanto a abandono e repetência, as atenções devem-se voltar para o aprendizado das crianças, ou seja, a qualidade da educação.

Dentre os mecanismos de avaliação educacional sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), existe o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Por meio dos resultados das crianças nas provas de proficiência do SAEB, é possível ter uma ideia de quanto os estudantes têm aprendido em matemática e língua portuguesa. Para a análise dos dados, dividiram-se as crianças em dois grupos: as que obtiveram nível de proficiência maior ou igual a 5 nas provas e as com proficiência menor do que o nível 5, considerando-se escalas de 1 a 9 em Língua Portuguesa e de 1 a 10 em Matemática, ambas definidas pelo Inep. A escolha do Nível 5 está relacionada à meta de proficiência para o Brasil em 2021, conforme estipulada também pelo Inep (ver detalhes no Anexo Metodológico). Os resultados para as crianças gaúchas do 5º ano do ensino fundamental em 2013 mostram que cerca de 45% delas obtiveram desempenho igual ou superior ao nível 5 em matemática. Já em língua portuguesa, apenas 31% atingiram patamar acima desse nível.

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Quais são as características que mais se destacam entre as crianças gaúchas que apresentam melhor desempenho?

O questionário socioeconômico preenchido pelos participantes do SAEB revelam diversos aspectos desses grupos, deixando algumas pistas sobre o tipo de aluna ou aluno que aprende mais ou menos na escola.

Quando se compara o conjunto de estudantes com melhores notas com os demais, verifica-se que o maior percentual de melhor desempenho é dentre as crianças que não trabalham fora; têm pais presentes nas reuniões na escola sempre ou quase sempre; passaram pela educação infantil (creche e/ou pré-escola); estudaram em escolas particulares; leem mais livros; fazem os deveres de casa sempre ou quase sempre e têm seus deveres corrigidos pelo professor sempre ou quase sempre. A relação desses requisitos com o desempenho na aprendizagem de Português e Matemática está nos quadros abaixo:

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Anexo Metodológico

Expediente:
Pesquisadores responsáveis: Marcos Wink, Rafael Bernardini e Thomas Kang
Jornalista responsável: Sandra Bittencourt
Projeto gráfico: Gabriela Santos
Fale conosco: imprensa@fee.tche.br