Relatório de Pesquisa. Projeto “OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, coesão social e governança democrática: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiva, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Natal, Goiânia e Maringá” – CNPq – INSTITUTOS DO MILÊNIO
Elaboração do relatório: Rosetta Mammarella, Ms em Sociologia e Técnica do Núcleo de Desenvolvimento Regional, da FEE e Luciana Correa do Lago. Dra. em Arquitetura e Urbanismo e Professora Adjunta no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regio (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
No relatório são traçadas as grandes tendências na organização social do território metropolitano brasileiro, orientando-se por um conjunto de pressupostos e questões construídos ao longo da trajetória de quinze anos de pesquisa do Observatório das Metrópoles. A metodologia utilizada e as descrições e interpretações desenvolvidas foram realizadas a partir das tabulações estatísticas e do geo-referenciamento das informações do Questionário da Amostra dos Censos Demográficos de 1991 e de 2000.
O pressuposto central é de que o perfil social de uma área, ou seja, o grau de diversidade ou homogeneidade social de uma área exerce forte influência sobre as ações dos indivíduos ali residentes e dos demais agentes que atuam na metrópole. Nesse sentido, o perfil social de uma área não foi entendido apenas como resultado das desigualdades econômicas e de poder entre as classes sociais, na disputa pela apropriação do espaço urbano. Áreas mais exclusivas das classes superiores ou áreas mais tipicamente operárias, por exemplo, abrigam um grau de coesão de classe que possibilita estratégias e condições de vida urbana específicas entre aqueles ali residentes.
O relatório está dividido em dois segmentos: análise comparativa das principais tendências nas estruturas socioocupacionais de onze metrópoles brasileiras, na década de 90, e, análise do padrão de segmentação socioespacial levando em consideração dois focos. O primeiro, que busca detectar o padrão de cada metrópole, identificando quais as estruturas mais complexas, quais as mais simples e quais os tipos socioespaciais presentes em todas as metrópoles. O segundo, que visa identificar alguns elementos indicativos de mudanças ou de permanências na estrutura socioespacial das metrópoles, tanto no plano temporal (entre 1991 e 2000) como espacial (entre as diferentes regiões metropolitanas), examinando as grandes tendências no que diz respeito ao rebatimento das transformações do mercado de trabalho nos tipos em geral.