Queda da indústria impede retomada do crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2017

Download da série histórica 2002-2017

Trimestre sobre mesmo trimestre do ano anterior

No terceiro trimestre de 2017, contra igual trimestre do ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou variação nula (0,0%). Esse desempenho foi inferior ao observado no País (1,4%) para o mesmo período. Em sua composição, o Valor Adicionado Bruto (VAB) caiu 0,1%, e os impostos líquidos subiram 0,3%. No Brasil, o VAB apresentou variação positiva de 1,2%, e os impostos líquidos cresceram 2,5%. Entre as grandes atividades, a indústria do Estado apresentou queda (-2,2%), enquanto, no Brasil, cresceu 0,4%. A agropecuária gaúcha apresentou variação negativa no terceiro trimestre (6,6%), enquanto, no País, cresceu 9,1%. Já os serviços totais apresentaram variação positiva de 1,6% no Estado, enquanto, na economia brasileira, essa atividade apresentou crescimento de 1,0%.

Trimestre sobre trimestre imediatamente anterior

A taxa de crescimento do PIB do Estado no terceiro trimestre de 2017, comparada à do trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal), teve variação negativa de 1,4%. Esse desempenho foi inferior ao observado no Brasil, que apresentou crescimento de 0,1%. Dentre as três principais atividades do Estado, apenas os serviços tiveram desempenho positivo nesse tipo de comparação, exibindo uma taxa de crescimento de 0,7%. A indústria apresentou variação de volume de -2,9%, e a agropecuária de -12,2%. Por outro lado, no Brasil, a agropecuária apresentou variação de -3,0%, a indústria de 0,8%, e os serviços de 0,6%.


Taxa acumulada ao longo do ano

A taxa de crescimento do PIB do RS acumulada ao longo do ano foi de 1,3%, enquanto o PIB da economia brasileira apresentou variação de 0,6%. No Estado, agropecuária apresentou crescimento acumulado no ano de 9,7%, enquanto a indústria acumulou retração de 1,3%. Já o setor de serviços apresentou crescimento de 0,7%, com destaque para o crescimento do comércio de 2,8% no ano.



Destaques setoriais do trimestre

Agropecuária

No terceiro trimestre, a agropecuária fechou em queda de 6,6%, tendo contribuição negativa da pecuária e positiva da agricultura. Apesar do desempenho positivo, a produção agrícola tem pouco peso nesse trimestre, sendo que as principais contribuições vieram do crescimento na cultura do milho e da queda na produção de laranja.

Indústria

A indústria apresentou queda de 2,2% no terceiro trimestre, após ter decrescido 0,3% no trimestre anterior. Esse resultado foi influenciado pela variação negativa dos quatro segmentos que compõem a indústria, com destaque para a indústria de transformação (-0,8%). A indústria extrativa recuou 9,3% no trimestre, frente à retração de 9,8% observada no segundo trimestre. O setor de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana apresentou queda de 7,1%, influenciado pela redução nas atividades de distribuição de energia elétrica. Por sua vez, o setor de construção apresentou queda de 2,7%, mantendo o comportamento de queda do setor observado ao longo de 2017.

O resultado da indústria de transformação no terceiro trimestre de 2017 revelou perda de dinamismo comparado aos resultados observados nos últimos três trimestres, com queda de 0,8%. Dentre as 14 atividades da indústria de transformação, oito tiveram crescimento negativo no terceiro trimestre, com destaque para celulose, papel e produtos de papel (-35,7%) — decorrente da menor fabricação de celulose —, fabricação de alimentos (-5,2%), couro e artefatos de couro (-5,8%), coque e produtos derivados do petróleo (11,5%), máquinas e equipamentos (-4,2%), e veículos (-4,9%). A atividade que se destacou pelo desempenho positivo no trimestre foi a de produtos de fumo (68,5%), impulsionada, em grande parte, pela maior fabricação de fumo processado e cigarros.


Serviços

No terceiro trimestre de 2017, o setor de serviços gaúcho apresentou desempenho superior ao do Brasil. Enquanto, em âmbito nacional, o setor cresceu 1,0% no trimestre, o Rio Grande do Sul apresentou variação positiva de 1,6%.

O principal destaque do setor de serviços foi o comércio, que cresceu pelo segundo trimestre consecutivo (6,4%), após 10 trimestres de queda, acumulando crescimento de 2,8% no ano. Além da base de comparação deprimida, fatores macroeconômicos como a derrubada da inflação, a queda da taxa de juros para pessoa física e a estabilização da massa de rendimentos contribuíram para o bom desempenho da atividade. Ademais, os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE mostram que a maior parte das atividades de comércio teve um volume de vendas maior no terceiro trimestre de 2017 do que no terceiro trimestre do ano anterior. Os destaques da PMC foram: veículos, motocicletas, partes e peças (35,3%); tecidos, vestuários e calçados (36,7%); e combustíveis e lubrificantes (15%). Em contraste, o volume de vendas de móveis caiu 3,2% no trimestre. Destaca-se também que, da mesma forma que no Rio Grande do Sul, o VAB do comércio nacional apresentou expansão no trimestre (3,8%) e acumulada no ano (0,8%).

Outras atividades do setor de serviços que apresentaram taxas trimestrais positivas foram os serviços de intermediação financeira e seguros (0,5%), administração pública, educação pública e saúde pública (0,7%) e atividades imobiliárias (1,8%). As demais atividades do setor apresentaram quedas no trimestre: transporte, armazenagem e correios (-0,8%), serviços de informação (-0,4%) e outros serviços (-0,2%).


Taxa acumulada em 4 trimestres

No resultado acumulado em quatro trimestres, o PIB do RS apresentou crescimento de 0,8%. Esse resultado constitui-se na segunda taxa positiva para a economia gaúcha desde o terceiro trimestre de 2014. O resultado foi influenciado pelo crescimento da agropecuária, que apresentou variação positiva de 7,8%, e dos serviços, que aumentou 0,2%. A atividade industrial segue com taxas negativas, apesar da menor intensidade da variação (-1,4%) frente ao observado no trimestre anterior (-2,2%). Comparando com o resultado do Brasil, observa-se que a economia nacional apresentou variação negativa de 0,2%.

Acesse os dados do PIB trimestral também através do PIBVis.