Publicado em março de 2013
Em 2012, devido à seca, PIB do RS apresentou queda de 1,8%; valor alcançou R$ 296,34 bilhões
Em relação ao quarto trimestre de 2011, o Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul do quarto trimestre de 2012 apresentou queda de 0,7%. Houve crescimento dos Serviços (2,2%) e da Agropecuária (2,7%). Por outro lado, a Indústria registrou recuo de 5,6%.
Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, o PIB do quarto trimestre caiu 0,6%. Agropecuária (-7,0%) e Indústria (-1,7%) variaram negativamente, enquanto os Serviços cresceram 0,8%.
No ano de 2012 em relação a 2011, a queda do PIB gaúcho foi de 1,8%. A Agropecuária, com recuo de 27,6%, e a Indústria, com queda de 2,3%, foram os destaques negativos. Na contramão desses dois setores, os Serviços tiveram variação positiva, de 2,6%.
Em relação ao quarto trimestre de 2011, Indústria teve recuo de 5,6%
O PIB do Rio Grande do Sul do quarto trimestre de 2012 apresentou queda de 0,7% quando comparado com o de igual trimestre do ano anterior. Foi resultado das reduções de 2,0% nos Impostos e de 0,5% no Valor Adicionado Bruto (VAB). A Agropecuária cresceu 2,7%.A Indústria recuou 5,6%, com a Indústria de transformação apresentando queda de 8,9%.Os ramos que mais contribuíram para o resultado negativo foram Refino de petróleo (-29,4%), Veículos automotores (-19,5%) e Alimentos (-11,1%). Positivamente, destacaram-se as produções industriais de Fumo (17,1%) e de Máquinas e equipamentos (8,0%). Ainda na Indústria, Construção civil (1,3%) e Demais indústrias (2,6%) apresentaram crescimento.Os Serviços tiveram expansão de 2,2%. Contribuiu para esse resultado o crescimento do valor adicionado de Comércio (2,0%), de Transportes, armazenagem e correio (3,6%), de Atividades imobiliárias e alugueis (2,5%), de Administração pública (3,7%) e de Demais serviços (0,7%).
Na comparação com o terceiro trimestre de 2012, Serviços foi o destaque positivo
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o PIB do quarto trimestre de 2012 apresentou recuo de 0,6% na série com ajuste sazonal. Setorialmente, a maior queda veio da Agropecuária (-7,0%). A Indústria também apresentou redução, de -1,7%, com as duas principais atividades, Indústria de transformação (-2,6%) e Construção civil (-0,8%), mostrando desempenhos negativos. O crescimento de 0,8% nos Serviços, no último trimestre de 2012, representa o décimo trimestre seguido de expansão nessa base de comparação.
No ano, variação do PIB foi de -1,8%
A variação negativa de 1,8% do PIB do Estado em 2012, na comparação com 2011, foi resultado da redução de 1,2% nos Impostos e da queda de 1,9% no VAB.
O valor adicionado da Agropecuária apresentou redução de 27,6% no acumulado do ano. A estiagem que atingiu o Estado durante o verão determinou fortes perdas para a lavoura. Expressivas quedas no rendimento médio causaram reduções de 49,3% na quantidade produzida de soja, de 45,3% na de milho e de 28,2% na de feijão. Houve queda, também, na produção de arroz (-14,0%). No caso desse cereal, entretanto, a causa principal foi a redução da área plantada (-11,1%) e não a menor produtividade (-3,2%). Como o arroz é irrigado, está mais imune aos efeitos climáticos. Além dos grãos, a produção de fumo foi afetada pela estiagem, apresentando queda de 20,5% na quantidade produzida.Cultura do segundo trimestre, igualmente o trigo apresentou perda de produção (-32,0%), causada exclusivamente pela queda no rendimento médio (-34,1%).
A Indústria sofre queda de 2,3%. Para tanto, foi determinante o desempenho negativo da Indústria de transformação (-4,5%). Dos 14 ramos pesquisados pelo IBGE, nove mostraram resultados negativos em 2012. O mais importante ramo industrial do Estado, o de Alimentos, apresentou recuo de 9,7%. Tendo como característica principal o processamento de matériasprimas vindas da Agropecuária, seu desempenho foi bastante afetado pela menor oferta de soja, milho e arroz principalmente. Do mesmo modo, a menor disponibilidade de fumo em folha atingiu negativamente a indústria do Fumo, que teve recuo de 12,7% em seu volume de produção. Já o ramo de Máquinas e equipamentos, igualmente ligado à produção agrícola como fornecedor de máquinas e implementos, não teve seu desempenho influenciado pelas perdas de produção na agricultura. Dependente, em grande parte, da renda agrícola atual e futura, o setor foi beneficiado pelo aumento dos preços agrícolas, notadamente de arroz, feijão, fumo e soja. No ano, apresentou crescimento de 12,9%, o maior dentre o das 14 atividades.
Outra fonte de efeitos negativos sobre a produção industrial do Rio Grande do Sul em 2012 foi o mercado externo. Menor crescimento da demanda internacional de modo geral e a implantação de barreiras comerciais por parte da Argentina em particular resultaram em queda das exportações industriais gaúchas. Ramos detentores de fortes ligações com o mercado externo, como os de Borracha e plástico, Calçados e artigos de couro, Celulose e papel, Outros produtos químicos e Produtos de metal apresentaram, durante 2012, quedas de produção. O segundo ramo mais importante da indústria gaúcha, o de Veículos automotores, também teve desempenho bastante negativo, com queda de 17,3%. Sua performance, no entanto, esteve mais relacionada às condições gerais da economia nacional. Mesmo que beneficiado pelo aquecimento das vendas de automóveis, o setor teve de enfrentar a existência inicial de estoques, a queda das exportações, o aumento das importações e a redução das vendas de caminhões no mercado nacional.Além disso, a queda brusca nas vendas de caminhões, ocasionada pela entrada em vigor da norma Proconve7 de redução de emissões de gases poluentes, que teve como resultado o aumento dos preços dos caminhões, influenciou negativamente a produção de peças e de implementos rodoviários do Estado.Essas condições afetaram o ramo da Metalurgia básica, que, como fornecedora de insumos ao setor de Veículos automotores, apresentou queda de 18,9% em seu volume de produção. Por outro lado, além de Máquinas e equipamentos, outros quatro ramos apresentaram resultado positivo em 2012: o Mobiliário, com crescimento de 2,5%, que foi incentivado pela redução do IPI sobre móveis; o Refino de petróleo, comacréscimo de 1,8% na produção,relacionado ao aumento das vendas de combustíveis; e os ramos de Bebidas (5,4%) e de Edição e impressão (5,6%). A Construção civil cresceu 2,3%, e as Demais indústrias, 3,4%.
No acumulado em 2012, o valor adicionado do setor Serviços avançou 2,6%. Os destaques positivos foram Administração, saúde e educação públicas (3,7%) e Transportes, armazenagem e correios (4,3%). Além destes, cresceram também Comércio (1,3%), Atividades imobiliárias e aluguel (4,3%) e Demais serviços (2,3%). Em 2012, o crescimento da massa real de salários e a expansão do crédito contribuíram significativamente para o desempenho positivo do Comércio.
Valor do PIB atinge R$ 296,34 bilhões, e o do PIB per capita, R$ 27.514
Em valores correntes, o PIB do Rio Grande do Sul atingiu R$ 296,34 bilhões em 2012, representando6,73% do PIB brasileiro, uma pequena redução em relação à participação de 2011, que era de 6,77%, mas superior aos 6,70% de 2010. O PIB per capita alcançou o valor de R$ 27.514, variação de -2,2% na comparação com 2011.
Agropecuária e Indústria explicam desempenho gaúcho inferior ao nacional
O desempenho do PIB do Rio Grande do Sul foi inferior ao do Brasil em 2012. Enquanto a economia brasileira variou positivamente 0,9%, a gaúcha apresentou variação negativa de 1,8%. Mesmo com crescimento superior ao nacional em Serviços, as menores taxas registradas na Agropecuária e na Indústria explicam o fato.
FEE/CIE/Núcleo de Contas Regionais.