O objetivo deste texto é verificar a trajetória do tempo de permanência no emprego, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), no período de 2001 a 2010. Tempo de permanência refere-se ao tempo de manutenção, sem interrupção, do atual vínculo empregatício (ou trabalho) dos indivíduos na condição de ocupados no momento da entrevista. A duração desse vínculo é o resultado das práticas de admissão e demissão das empresas, tomadas com base em um conjunto de decisões gerenciais, em resposta aos movimentos do ambiente econômico e das modificações na relação entre custos e produtividade. O tempo de permanência relaciona-se, pois, com a criação e destruição de empregos — consequência das flutuações sazonais e do crescimento da economia e da própria dinâmica interna das empresas —, e com o fluxo dos trabalhadores nos postos de trabalho — que é a característica da rotatividade. Esse vínculo com o emprego ou trabalho é um indicador da natureza e da qualidade das relações que se estabelecem entre empregados e empregadores. A sua duração — quando referida a condição de assalariado — está associada à estabilidade no emprego, às condições de trabalho e a níveis de sindicalização.