A análise sobre a participação dos jovens no mercado de trabalho é uma questão recorrente na literatura, especialmente em razão de algumas características que são peculiares ao segmento, como a taxa de desemprego elevada em comparação à dos adultos, o alto número de jovens que não estudam nem trabalham e a fragilidade da ocupação para esse grupo populacional. Dada a relevância desse tema na definição de políticas públicas de inserção e qualificação profissional, este trabalho procura analisar as principais mudanças no segmento dos jovens do mercado de trabalho da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) ao longo dos últimos 20 anos (1993-2012), através da base de dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (PED-RMPA). Para própositos de análise, são considerados jovens os indivíduos do segmento populacional de 16 a 24 anos1, o qual foi, ainda, dividido em dois subgrupos, 16 e 17 anos (jovens adolescentes) e de 18 a 24 anos (jovens adultos).
Nestes 20 anos de existência da PED-RMPA, a população jovem cresceu até 2004, quando atingiu 615 mil indivíduos. Contudo, a partir de 2005, esse segmento da população passou a declinar, situando-se em 552 mil indivíduos, em 2012. Pode-se atribuir esse comportamento ao processo de transição demográfica em andamento no Brasil, em que se verifica um aumento da população de idade mais avançada em relação ao segmento jovem, conduzindo a uma mudança na estrutura etária da população. Relacionado a isso, a proporção dos jovens na População em Idade Ativa (PIA), após ter-se mantido relativamente estável, ao redor de 20,0%, entrou em uma trajetória declinante a partir de 2005, atingindo o nível mais baixo da série histórica, de 16,2%, em 2011.