De maneira geral, as mulheres enfrentam grandes dificuldades no mercado de trabalho. A ausência de equidade entre os sexos na inserção ocupacional fica particularmente evidenciada, quando se observam a exposição ao desemprego, a qualidade das ocupações em que as mulheres estão inseridas e a remuneração percebida. Este último indicador mostra uma situação generalizada de ganhos inferiores para a mão de obra feminina, qualquer que seja o recorte analítico que se faça — considerando os níveis de escolaridade ou qualificação profissional, o tipo de contrato de trabalho ou a forma de inserção na ocupação, a idade, etc. —, reiterando, no âmbito do trabalho, a posição de desvantagem em que as mulheres se encontram na sociedade. Essa presença permanente de diferenciais de ganhos, mesmo quando as condições de exercício da atividade se equiparam, desnuda as reais determinações das desigualdades e remete a discussão ao âmbito mais geral do estado atual das relações sociais entre os sexos.