Desde 2004, o Brasil vem passando por um processo socioeconômico que combina expansão do PIB per capita (à exceção de 2009) e retração da desigualdade de renda, medida pelo coeficiente de Gini. Esse coeficiente é um parâmetro internacional, usado para medir a desigualdade de distribuição de renda, que varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo do zero, menor é a desigualdade, e, quanto mais próximo do um, maior é a concentração de renda.
O Brasil é um país conhecido por apresentar uma das mais concentradas distribuições de renda no mundo. Segundo o relatório sobre as cidades latino-americanas feito pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, publicado pela ONU-Habitat em 2012, o Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina em distribuição de renda, ficando atrás somente de Guatemala, Honduras e Colômbia. Além de serem muito elevados, os coeficientes de concentração de renda no País revelaram um processo contínuo de aumento por um longo período. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde o Censo de 1960 até a contagem populacional de 1991, o cálculo do coeficiente de Gini aumentou. Em 1960, o coeficiente foi de 0,497; em 1970, de 0,565; em 1980, de 0,592; e, em 1991, de 0,637. Porém, na primeira década do século XXI, os indicadores de desigualdade têm revelado que a renda está mais equitativamente distribuída. Em 2000, pelo Censo, o coeficiente foi de 0,611, e, em 2010, de 0,575. A mesma tendência ocorreu no Rio Grande do Sul. Pelo Censo de 2000, o Estado ocupava a quinta
posição, com um coeficiente de 0,581, e, em 2010, a queda para 0,537 pôs o Estado em segundo lugar no ranking nacional, ficando atrás de Santa Catarina (0,497 em 2010). O País, porém, continua como um
dos mais desiguais do mundo, longe da média da União Europeia (0,305 em 2010).