A trajetória do desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), no período 1993-2012, demonstra a existência de fases bastante distintas do comportamento desse indicador do mercado de trabalho. No contexto da estabilização monetária proporcionada pelo Plano Real, ocorreu redução da incidência do desemprego até 1995, quando atingiu o patamar de 10,7% da População Economicamente Ativa (PEA). De 1996 a 1999, houve um processo de deterioração do mercado de trabalho regional, tendo-se a taxa de desemprego total elevado para 19,0% — maior média anual de toda a série da Pesquisa. De 2000 a 2003, alternaram-se movimentos de descenso e de ascenso do desemprego. A partir de 2004, observou-se uma trajetória consistente de queda da incidência do desemprego, cuja taxa atingiu 7,0% em 2012, menor patamar de toda a série da Pesquisa. Assinale-se que, neste último subperíodo, mesmo com a recessão provocada pela crise econômica internacional, em 2009 a taxa de desemprego total manteve-se relativamente estável na RMPA, pois o leve incremento do nível ocupacional foi suficiente para absorver aqueles que ingressaram na PEA.
Os conceitos¹ da PED comportam a desagregação do desemprego em dois tipos — o aberto e o oculto —, e este último em componentes — o oculto pelo trabalho precário e o oculto pelo desalento. Essa possibilidade metodológica é muito relevante, pois permite a apreensão de maneira mais apropriada do fenômeno do desemprego em mercados de trabalho heterogêneos, em que grande parte da estrutura ocupacional não corresponde ao emprego com registros formais e para a qual o sistema de proteção social não é acessível.