A taxa de desemprego total diminuiu de 12,8% da População Economicamente Ativa (PEA) em dezembro de 2017 para 12,1% em janeiro de 2018. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28), na Fundação de Economia e Estatística. A PED-RMPA é realizada há 27 anos e divulga mensalmente dados a longo prazo que contribuem para acompanhar o mercado de trabalho e para a formulação de políticas públicas do Rio Grande do Sul. É a mais antiga pesquisa ininterrupta sobre o mercado de trabalho no Estado; no Brasil, é a segunda mais longeva.
Em janeiro, o número total de desempregados foi estimado em 227 mil pessoas, representando redução de 12 mil em relação ao mês anterior. Segundo a economista do DIEESE, Virgínia Donoso, esse resultado ocorreu em função de o nível ocupacional ter sido superior ao aumento da força de trabalho. “Isso significa que a geração de 23 mil postos de trabalho (1,4%) foi superior ao aumento em 11 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho da região”, explica.
Em relação aos setores de atividade econômica, os dados divulgados pela PED apontam que a criação de postos de trabalho ocorreu na indústria de transformação (geração de 10 mil postos de trabalho, ou 3,7%), no setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (11 mil, ou 3,2%) e em serviços (7 mil, ou 0,8%). Na construção, houve redução de 7 mil postos de trabalho.
Os números do mês de janeiro mostram uma pequena melhora em relação ao último mês de 2017, já que houve redução do desemprego e variação positiva da ocupação em praticamente todos os setores de atividade econômica, com exceção da construção. No entanto, as pesquisadoras responsáveis pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMPA alertam que os números não indicam uma retomada no mercado. “Quando comparamos com mesmo mês do ano anterior, os números ainda não dão sinais de recuperação para o mercado da região, com a taxa de desemprego superior contabilizando 32 mil desempregados a mais em janeiro de 2017”, pondera Virgínia. “O crescimento que houve em janeiro foi de ocupações mais frágeis. Então, estamos perdendo empregos com carteira assinada e estamos gerando ocupações sem garantia, aumentando trabalhadores autônomos, trabalhadores domésticos e sem carteira assinada. Em perspectivas a longo prazo, permanecemos em uma conjuntura de mercado de trabalho com alta taxa de desemprego”, alerta a economista Iracema Castelo Branco, supervisora do Centro de Pesquisa em Emprego e Desemprego da FEE.
Janeiro também registrou aumento do total de assalariados, com elevação de postos no setor privado e pequena redução no setor público. No setor privado, cresceu o emprego com carteira assinada (mais 13 mil, ou 1,5%) e o sem carteira (mais 7 mil, ou 7,5%). Houve ligeira redução dos trabalhadores autônomos (menos 1 mil, ou -0,4%) e elevação do emprego doméstico (mais 6 mil, ou 6,4%). O rendimento médio real de dezembro de 2017 aumentou em relação ao de novembro para o total de ocupados e assalariados e reduziu-se para os autônomos.
Confira os dados na íntegra.
Gisele Reginato – Jornalista