Entre os dias 25 e 29 de julho, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) realiza o 4º Salão de Iniciação Científica, que se constitui em um espaço para a divulgação, a promoção e o acompanhamento dos trabalhos de Iniciação Científica desenvolvidos por alunos de graduação bolsistas da Fapergs na FEE. Os estudantes inscritos tiveram que enviar um resumo de seu trabalho para a comissão de avaliação, produzir um pôster e apresentar o trabalho oralmente durante evento realizado na FEE nesta quarta-feira, 27.
Durante a abertura do evento, Martinho Lazzari, Diretor Técnico da FEE, salientou a qualidade dos trabalhos realizados e a contribuição dos bolsistas para a Fundação. “O papel dos bolsistas na FEE é reconhecido como sendo de muita qualidade. Cada vez mais os estudantes têm contribuído no desenvolvimento das pesquisas da Fundação, enriquecendo ainda mais o trabalho realizado pela equipe da FEE”, salienta Martinho. Bruno Caldas, Assessor Técnico da Fundação e integrante da Comissão Interna de Seleção e Avaliação (CISA), agradeceu o esforço de todos os bolsistas e de seus orientadores no desenvolvimento dos trabalhos. “Todos os estudos apresentados são de grande qualidade. Temos certeza que vão gerar frutos positivos para os acadêmicos, para seus orientadores e também para a FEE”, explica Bruno.
O primeiro estudo apresentado foi desenvolvido pela acadêmica Danielle Rodrigues Guidini. O trabalho é intitulado “Mortalidade Neonatal no Rio Grande do Sul: fatores associados e principais causas no período 2006-2013” e foi orientado pela pesquisadora Marilyn Agranonik. Entre suas conclusões, Danielle destacou que a taxa de mortalidade infantil decresceu no RS, assim como a taxa de mortalidade neonatal relacionada à prematuridade e ao baixo peso ao nascer, mas houve aumento da taxa de mortalidade neonatal de mães com baixa escolaridade. “Os óbitos tem relação direta com fatores maternos e ao parto. Nesse caso, é necessário maior atendimento e auxílio às mães dos recém-nascidos e investimentos em tecnologias de cuidado perinatal”, destaca Danielle.
Deise Conteratto apresentou o estudo “Políticas Públicas de Gênero: estrutura e gestão nos municípios gaúchos”, orientada pela pesquisadora Clítia Martins. Deise destacou que tanto no Brasil quanto no RS, o número de conselhos municipais de direitos para as mulheres aumentou, sendo que no RS esse número é maior comparado à realidade brasileira. “Mas a maioria dos munícipios gaúchos e brasileiros ainda não possui um órgão gestor específico de políticas para as mulheres, sendo que essa gestão se dá vinculada a outros órgãos e secretarias. Verificamos que menos de 3% dos municípios brasileiros possuem planos e políticas para as mulheres”, destaca Deise.
Em seu estudo “Um panorama das indústrias com alto potencial poluidor no Rio Grande do Sul”, o acadêmico Eduardo Thomé concluiu que a estrutura industrial do RS entre os anos de 2007 e 2014 não sofreu alterações significativas e que as regiões de Porto Alegre e Caxias do Sul são as que mais concentram estabelecimentos com potenciais poluidores. O estudo foi orientado pela pesquisadora da FEE Fernanda Sperotto.
Júlia Sbroglio Rizzotto, orientada por Liderau Marques, desenvolveu o estudo “Ranking da situação fiscal dos Estados Brasileiros”. A acadêmica analisou o período de 2006 a 2013 e verificou que, independente da metodologia adotada, alguns Estados se destacam no topo do ranking da situação fiscal, como Espírito Santo e Roraima, e outros se destacam entre as últimas posições, como é o caso do RS.
No estudo “Internacionalização do Agronegócio Brasileiro e gaúcho – cálculo de valor e índices de exportação”, orientado por Sérgio Leusin e Rodrigo Feix, Lucas Leão demonstrou que o 1º trimestre de 2016 registrou um valor abaixo da média mensal das exportações e abaixo também do valor exportado no 1º trimestre de 2015. “Ocorreu uma queda de cerca de 10% do valor total das exportações gaúchas. Mas essa queda é natural no início do ano”, explica Lucas.
Já o acadêmico Pedro Angeli, orientado por Pedro Zuanazzi, desenvolveu a pesquisa “Análise do Perfil Migratório do Rio Grande do Sul”. O estudante mostrou que embora o PIB per capita do RS, em 2010, estivesse entre os maiores do Brasil (o que colaboraria para que o RS fosse um Estado atrativo), seu saldo migratório foi negativo. “Enquanto mais de 400 mil moradores do Estado vieram de fora, mais de 650mil saíram dele. Se não fossem essas trocas migratórias, a população do RS, em 2010, seria 6,1% maior”, explica Pedro.
E o último trabalho apresentado foi de Priscila von Dietrich, orientada pelo pesquisador Raul Bastos. Através do estudo “Trabalhadores de baixos salários: uma análise das desigualdades de gênero na Região Metropolitana de Porto Alegre”, Priscila destacou que as mulheres têm, ao longo dos anos, enfrentado situações mais adversas que os homens no mercado de trabalho, em relação ao nível salarial. “A incidência de baixos salários entre as mulheres é muito maior do que entre os homens. Além disso, as características como raça/cor podem acentuar as desigualdades de gênero no mercado de trabalho”, conclui Priscila.
Os pôsteres de todos os trabalhos apresentados seguem expostos no corredor de entrada da Fundação até a próxima sexta-feira, 29.