O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul apresentou variação negativa (-4,6%) em 2015, após ter diminuído 0,3% em 2014. Em 2015, sua queda foi maior que a verificada no País (-3,5%). Em termos nominais, o PIB gaúcho atingiu R$ 381,99 bilhões em 2015, aumentando a sua participação no PIB nacional para 6,4%, frente os 6,2% de 2014. Com esse resultado, o Estado permanece ocupando a quarta posição no ranking nacional. O desempenho, em volume, do PIB foi determinado pela queda da indústria e dos serviços, de 10,8% e 3,7% respectivamente. A agropecuária teve crescimento de 9,5%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16), pela Fundação de Economia e Estatística.
Na agropecuária, a agricultura apresentou desempenho positivo de 13,9%. Segundo Roberto Pereira Rocha, Coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, “isso ocorre pela excelência da safra da soja, beneficiada pela desvalorização do real e pelas exportações, as quais amenizaram uma queda ainda maior da economia do Estado”.
O desempenho da indústria é explicado pelo comportamento da indústria de transformação (-12,7%), da construção civil (-7,0%) e da extrativa (-3,0%), enquanto a atividade de eletricidade, gás e água (0,0%) se manteve estável. A retração do setor de serviços ocorreu em todas as atividades, mas a queda de 9,4% do comércio é mais sensível. “Em 2015 sentimos o impacto mais significativo da recessão nacional sobre a economia gaúcha, provocando aumento de desemprego e deterioração da renda em quase todas as atividades” analisa Roberto.
Valor Adicionado Bruto e remunerações
A estrutura do Valor Adicionado Bruto (VAB) dos grandes setores manteve-se relativamente estável, com a agropecuária e os serviços variando positivamente um ponto percentual entre 2014 e 2015, 9,3% para 9,4% e 67,3% para 67,4% respectivamente. A atividade com maior crescimento na participação do VAB foi a de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, passando de 1,2% para 2,0% de 2014 para 2015. Já a atividade que teve a maior queda na participação foi a da indústria de transformação, que tinha 16,8% em 2014 e foi para 16,3% em 2015.
A participação do VAB do Rio Grande do Sul no total do Brasil, em 2015, foi de 6,5% contra 6,2% em 2014. A principal contribuição para esse ganho de participação vem do VAB da agricultura do Estado, que, em 2015, teve uma participação de 13,6% no VAB da agricultura do Brasil, um ponto percentual a mais que em 2014.
Em 2015, no Estado do Rio Grande do Sul, observou-se uma queda na participação das remunerações na renda, tendo esta representado 43% em 2014 e 42,3% em 2015. A participação dos impostos na renda caiu de 14,1% em 2014 para 13,4% em 2015. Por sua vez, o somatório entre o excedente operacional bruto e os rendimentos mistos elevou sua participação na renda, passando de 42,9% em 2014 para 44,3% em 2015. Quando comparados com o resto do País, os componentes da renda da economia gaúcha não apresentaram grandes variações.
Observou-se uma relativa constância na participação das remunerações do Estado em relação às remunerações do Brasil (6,1% em 2014 e 6,0% em 2015). Os impostos apresentaram comportamento semelhante, sendo que, em 2014, os impostos líquidos de subsídios do RS corresponderam a 5,9% dos impostos do País, e, em 2015, a correspondência foi de 5,7%.
PIB per capita
Em 2015, o PIB per capita do Rio Grande do Sul foi de R$ 33.960,36, sendo 15,8% maior que o PIB per capita nacional, que atingiu R$ 29.326,33. Entre as unidades da Federação, o RS iniciou, em 2002, na quinta posição, sendo seguido pelo Paraná. Em 2005 e 2006, o RS passou para sexto lugar e, em 2007 e 2008, para sétimo. Entre 2009 e 2011, o Estado voltou a ocupar a sexta posição e, em 2012 e 2013, voltou a ficar em sétimo lugar, perdendo posição para o Paraná. Contudo, em 2014, o RS retomou o sexto lugar, seguido pelo Espírito Santo. Em 2015, o RS voltou a apresentar o quinto maior PIB per capita entre os estados, posicionando-se à frente do Paraná e atrás de Santa Catarina.
Anelise Rublescki – Jornalista