A FEE, o DIEESE e a FGTAS divulgaram, nesta quinta, 23, os dados referentes ao emprego doméstico no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Porto Alegre no período de 2013 e 2014.
Lúcia Garcia, Coordenadora Técnica do Sistema PED, destaca que a Região Metropolitana de Porto Alegre é a região que mais formaliza o emprego doméstico. “46% das empregadas domésticas têm carteira assinada na RMPA. Em todas as outras regiões, esse índice é menor. A região de São Paulo é a que mais se aproxima de Porto Alegre, com 40%. Fortaleza é a região com índice mais baixo, com 28%”, explica Lúcia. “Este é um dado muito significativo, porque a carteira assinada é sinônimo de proteção social”, enfatiza.
O Informe Especial Emprego Doméstico revela dados positivos para a RMPA, conforme analisa a pesquisadora do DIEESE, Virgínia Donoso. “Houve aumento dos rendimentos, aumento do número de empregadas com proteção social, redução do contingente de empregadas domésticas, o que pode indicar migração para outras funções. Além disso, vale destacar a redução do percentual de trabalhadoras que praticam jornadas superiores a 44 horas semanais. Era 35,45% em 2012 e passou para 25,6% em 2014”, resume.
Em termos absolutos, o emprego doméstico feminino total na RMPA teve redução em 2014 (-4,7%), o que representa menos 4 mil pessoas ocupadas em comparação ao ano anterior. Houve retração em todas as posições na ocupação: 3,9% entre as mensalistas com carteira de trabalho assinada; 6,0% entre as sem carteira assinada e 4,9%, entre as diaristas. Já o rendimento médio real das empregadas domésticas elevou-se em 4,8%.
A economista da FEE Iracema Castelo Branco organizou o perfil das trabalhadoras domésticas na RMPA e aponta dados reveladores, sobretudo no comparativo da série histórica. “Em 1993, início da pesquisa, 53,2% das mulheres tinham filhos até 9 anos e 17,3% não tinham filhos. Em 2014, o percentual das que não têm filhos aumentou para 27,4% e as que têm filhos acima de 9 anos somam 54,2%. Em 2014, a média de filhos por trabalhadora doméstica é de 1,3. Esse dado é importante porque desmistifica a ideia de que a população de baixa renda é a que mais tem filhos. Na verdade, essas trabalhadoras estão dentro da média regional e do país”, explica Iracema.
As mulheres representaram, em 2014, 96,9% dos ocupados nesse segmento: 83 mil trabalhadoras, contratadas como mensalistas com ou sem carteira de trabalho assinada, ou trabalhando como diaristas.
Confira os dados completos.