Um dos temas atuais e centrais que emergem da análise da economia gaúcha é o impacto da estiagem sobre a economia local. Sabe-se, pela estrutura de seu setor produtivo — baseado, em grande medida, no Setor Primário e em seus encadeamentos —, que os efeitos desses eventos são bastante acentuados. Além dos diretos, ocorrem também os chamados efeitos indiretos, que incluem aqueles sobre as indústrias de beneficiamento de grãos, alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos agrícolas, além do comércio e os serviços em geral. É imperioso, pois, que se relacione a estiagem não apenas com o Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor agropecuário, mas também com o VAB dos outros setores produtivos.
Nos últimos anos, tem aumentado significativamente o número de ocorrências registradas pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul por municípios que sofreram algum tipo de impacto negativo em consequência da falta de chuva. Entre 2003 e 2012, 160 municípios comunicaram à Defesa Civil a ocorrência de estiagem em pelo menos quatro anos, com destaque para o Município de Bagé, que teve registros em oito dos 10 anos analisados.