A Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou hoje o Produto Interno Bruto (PIB) trimestral do Rio Grande do Sul. Os índices evidenciam que, no primeiro trimestre de 2015, contra igual trimestre do ano anterior, o PIB do RS apresentou sua quarta queda consecutiva, com uma taxa negativa de 1,3%. Dos grandes setores da economia do Estado, a indústria foi a que apresentou o pior desempenho, com queda de 6,9%, o que não foi compensado pelo crescimento de 1,1% da agropecuária e variação de 0,5% nos serviços. O PIB representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um período determinado.
Segundo o economista Roberto Rocha, Coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, “O índice foi condicionado pelo desempenho da própria economia brasileira, com retração no do crédito, diminuição da renda real das famílias, queda no preço das commodities agrícolas e aumento da taxa de desemprego”.
A queda de 6,9% da indústria ocorre, principalmente, devido à redução de 8,6% da indústria de transformação, a maior queda desde a crise de 2009. Os piores desempenhos do setor vieram da produção de máquinas e equipamentos (-24,3%), veículos automotores (-14,9%) e produtos de metal (-14,2%). Do total de 14 atividades, apenas a fabricação de bebidas (8,2%) e produtos químicos (3,8%) cresceram no primeiro trimestre de 2015.
Colaboram para a alta de 0,5% do setor serviços a administração pública (2,8%) e os aluguéis (2,1%), apesar do recuo do comércio (-6,4%), o maior registrado na série do PIB trimestral iniciado em 2002. As contribuições negativas principais dessa atividade vieram da venda de veículos (-17,9%), tecidos, vestuário e calçados (-11,5%) e de eletrodomésticos (-11,8%), e as positivas originaram-se da venda de artigos farmacêuticos e outros (2,5%).
Já o crescimento 1,1% da agropecuária resulta, principalmente, da melhoria da colheita do arroz (1,9%) e do início da colheita de uma boa safra de soja (15,9%), apesar do recuo de 13,6% na produção de maçã no trimestre, principalmente devido a quebra da safra da variedade gala prejudicada pelas condições climáticas.
Questionado sobre as perspectivas para o segundo semestre, o Presidente da FEE, Igor Morais, lembrou que este é o terceiro ciclo de recessão em dez anos.“ Em 2009 tivemos uma crise internacional; em 2014, houve uma retração pelas condições climáticas adversas e agora vivemos um ciclo de desaceleração nacional e recuo de investimentos. O melhor sinalizador virá no terceiro trimestre de 2015, período no qual, tradicionalmente, a indústria cresce em investimentos e produção”.
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