Nesta quinta-feira, 11, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) divulgou a Carta de Conjuntura do mês de junho. Os destaques da edição são os parques científicos e tecnológicos do Estado e as exportações gaúchas.
O geógrafo da FEE, Iván Tartaruga, analisa a inovação e cooperação nos parques científicos e tecnológicos gaúchos. O desenvolvimento desses espaços se constitui “em um dos instrumentos mais utilizados, ainda que controversos, de política de inovação no mundo”, avalia o pesquisador. Segundo o estudo, as empresas localizadas nos parques podem se beneficiar da troca de informações, da possibilidade de parcerias com outras organizações, da infraestrutura e dos serviços de pesquisa e desenvolvimento e de incubadoras tecnológicas.
Os três principais parques em operação no RS são o Tecnosinos (1º parque criado no Estado), Tecnopuc (iniciado em 2003) e Valetec (desde 2005 e que recentemente mudou o nome para Feevale Techpark). O geógrafo analisa que as empresas hospedadas nos parques cooperam com outras instituições e a principal parceria é com universidades. “Mais de 22% das firmas dos parques requisitam universidades para cooperação”, destaca Iván.
A partir da análise, o geógrafo da FEE questiona se podemos comemorar o desenvolvimento desses espaços e conclui que sim, mas com ressalvas. “Podemos comemorar porque existem experiências interessantes no Estado e até pela perspectiva de implantação de mais 12 parques no território gaúcho, em cidades como Pelotas, Rio Grande, Canoas, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Santa Maria, Passo Fundo, Erechim, Alegrete e Bom Princípio. Mas é possível melhorar bastante, se compararmos com experiências de outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e Japão”, avalia Iván.
Exportações do RS
O economista da FEE Roberto Rocha discute a participação das exportações na renda gerada e na importação do Estado. O pesquisador analisa que as exportações gaúchas, para o mercado externo e para o resto do Brasil, representavam 73,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do RS em 2008, segundo a Matriz de Insumo-Produto da FEE.
Os dados segmentam as exportações em seis atividades: agropecuária, indústria extrativa, indústria de transformação, construção civil, comércio e transportes, outros serviços. O texto indica que a maioria da importação foi usada como insumo para exportação, especialmente na agropecuária e na indústria de transformação. “O Valor Adicionado pela agropecuária nas exportações foi 2,5 vezes maior que suas exportações a preços de mercado, o que significa que seus produtos são mais utilizados como matérias-primas na exportação da indústria de transformação que vendidos in natura”, revela o pesquisador.
Na indústria de transformação, a maior parte do Valor Adicionado também é demandada pela exportação. “Quase 80% da renda gerada pela indústria de transformação no Estado é demandada pelas vendas para o exterior e principalmente para o resto do país”, aponta Roberto. O pesquisador analisa as implicações desse resultado: “Os elementos que influenciam o desempenho da indústria de transformação no Estado estão mais condicionados pela dinâmica da economia brasileira e sua competitividade internacional”.
A Carta de Conjuntura FEE de junho também analisa: O Plano Nacional de Educação e a dificuldade no cumprimento da meta para a pré-escola (Economista Marcos Vinicio Wink Junior); Acesso à Internet e exclusão digital no Brasil (Pesquisadora Ana Júlia Possamai), Juros, câmbio, investimento e exportações no Brasil entre 2011 e 2014 (Economista Fernando Lara), Dilemas da política cambial pós 2011 (Economista Cecília Hoff) e As políticas de apoio à agricultura no Brasil e no mundo (Sérgio Leusin Júnior). Confira a edição deste mês e as fotos da divulgação.