A taxa de desemprego subiu de 10,3% em setembro para 12% em outubro, segundo dados da PED-RMPA divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo DIEESE, FEE e FGTAS. Essa intensa elevação do desemprego deveu-se à queda na ocupação de -2,7%. Ou seja, a redução no número de trabalhadores ocupados resultou em um aumento de 29 mil pessoas desempregadas em relação ao mês anterior.
Em outubro, o número total de desempregados foi estimado em 222 mil pessoas. No setor privado, registrou-se retração do emprego com carteira assinada (menos 30 mil, ou -3,3%) e aumento do sem carteira (mais 7 mil, ou 8,4%). Para a economista da FEE, Iracema Castelo Branco, a mudança que se identificou nos números precisa ser compreendida, comparada e acompanhada. “Uma das hipóteses possíveis é considerar um cenário de ajuste no mercado de trabalho a partir da reforma na legislação trabalhista, que entrou em vigor no início de novembro. Mas esse é um dos fatores que devem ser observados junto aos demais condicionantes do mercado de trabalho”.
Com referência aos setores de atividade econômica, houve redução nos serviços (menos 26 mil ou -2,9%), na indústria de transformação (menos 16 mil ocupados, ou -5,3%), e no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 7 mil ocupados, ou -2,1%). O setor da construção foi o único em que se registrou aumento (mais 4 mil ocupados, ou 3,2%). A economista do DIEESE, Virgínia Rolla Donoso, explica que o setor da construção é muito vinculado ao trabalho autônomo. “O resultado positivo nesse segmento pode estar associado a uma estratégia de sobrevivência, quando não se consegue espaço no trabalho formal”, avalia.
Os dados mostram diminuição do total de assalariados (menos 22 mil, ou -1,9%) devido à retração no setor privado (menos 23 mil, ou -2,3%), enquanto o setor público apresentou relativa estabilidade (mais 1 mil, ou 0,6%). Houve ainda redução nos trabalhadores autônomos (menos 13 mil, ou -5,3%), nos empregados domésticos (menos 8 mil, ou -7,3%), e nas demais posições (menos 3 mil, ou -1,8%).
De agosto para setembro de 2017, a massa de rendimentos reais aumentou para os ocupados (2,1%) e para os assalariados (0,9%).
Sandra Bitencourt- Jornalista