A taxa de desemprego total na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) registrou relativa estabilidade em janeiro, alcançando 9,7% da População Economicamente Ativa (PEA). Em dezembro a taxa ficou em 9,6%. É o que revelam os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-RMPA) divulgados nesta quarta-feira, 24, pela FEE, pelo DIEESE e pela FGTAS.
O número total de desempregados em janeiro foi estimado em 180 mil pessoas, 3 mil a menos do que em dezembro. Virgínia Donoso, economista do DIEESE, explica que esse resultado ocorreu devido à saída de pessoas do mercado de trabalho (menos 50 mil pessoas) ter sido superior ao decréscimo do nível ocupacional (menos 47 mil). Na prática, significa que menos pessoas estão procurando emprego. “São pessoas que se aposentaram e também pessoas que desistiram de procurar emprego ou estão postergando a procura porque acham que devem esperar uma conjuntura mais favorável. Pode haver um contingente de pessoas que estão desanimadas porque procuram emprego e não encontram”, aponta a pesquisadora. “Passados os meses de janeiro e fevereiro, que são típicos de férias e que se tende a contratar menos, a expectativa é de que se tenha uma retomada de pessoas procurando emprego e a PEA volte a crescer”, acrescenta.
A coordenadora técnica do Sistema PED Lúcia Garcia avalia que, ainda que esse aumento ocorra, provavelmente não se tenha explosão da PEA como se teve no passado, dado que o crescimento vegetativo da população hoje é menor do que nos anos 1990. “Em outubro de 1999, o desemprego na RMPA chegou a quase 20%. É uma característica da nossa região que, quando se intensifica o desemprego, a População Economicamente Ativa explode. Isso não está acontecendo agora, não deve acontecer e vai ser fundamental para controlar a taxa de desemprego”, pontua.
O nível ocupacional na Região Metropolitana caiu 2,7%, com redução nos setores de serviços, indústria de transformação e construção. “A indústria tem uma tendência de queda há mais tempo, então é uma questão mais estrutural da própria redução da indústria em relação ao todo da economia”, avalia a economista da FEE Iracema Castelo Branco. Já o segmento de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas teve desempenho positivo. “O comércio é mais influenciado por sazonalidades, então tem variações maiores que outros segmentos. Há momentos com picos de maior demissão e outros momentos mais positivos”, acrescenta Iracema.
Com relação aos rendimentos, a PED revela redução da renda em 2,1% entre os ocupados e de 3,6% entre os assalariados. A renda aumentou em 1,8% para os autônomos. Entre as Regiões Metropolitanas avaliadas pela PED nacionalmente, a RMPA ficou com a taxa de desemprego mais baixa, sendo que Fortaleza em segundo lugar com 10,2%.
Acesse a pesquisa na íntegra e confira as fotos da divulgação.
Gisele Reginato – Jornalista