Na nova série do PIB Estadual (2010 a 2013) o PIB per capita do Rio Grande do Sul ficou em média 10% acima do nacional, sendo que em 2013 chegou a 12%.
A revisão feita pelo IBGE e a Fundação de Economia e Estatística possibilita uma análise mais apurada das causas das desigualdades regionais ao permitir uma melhor comparação entre as Unidades da Federação.
Para o economista Roberto Rocha, coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, “considerando que a União Europeia tem como meta que os países mais pobres cheguem a 75 % da média do per capita do continente e que temos ainda 12 estados no Brasil que estão abaixo deste limiar, nosso diferencial é significativamente positivo” .
Mas qual seria a importância disso para o dia a dia dos gaúchos? De acordo com o pesquisador, “apesar de não garantir bem- estar, o PIB per capita é requisito para alcançar esse bem-estar”. Quando se observa os indicadores de renda da Pesquisa Nacional de Amostra dos Domicílios (PNAD) de 2013, o Rio Grande do Sul tem uma das maiores rendas domiciliares médias e é um dos Estados menos desiguais. “Isso está relacionado com a dimensão do nosso PIB per capita e sua composição”, esclarece Roberto. Conforme o gráfico abaixo, nossos diferenciais positivos estão concentrados na indústria de transformação e na agricultura.
“No Rio Grande do Sul estes setores são bastante produtivos, relativamente dispersos e integrados às outras atividades locais” esclarece.
Contudo, um PIB per capita alto não garante uma renda média alta nem uma boa distribuição. O Distrito Federal, por exemplo, lidera no quesito PIB per capita e renda média, mas também é o pior em distribuição de renda. Segundo Roberto “a renda concentrada no setor público e financeiro acaba não transbordando significativamente para as outras atividades” . Já o Espirito Santo têm um PIB per capita bem maior que o do Brasil e uma renda melhor distribuída que a brasileira, a média da renda das famílias é menor que a do país. “Como a diferença deste estado em relação ao PIB per capita brasileiro é basicamente devido à indústria extrativa, e esta, apesar de muito produtiva e valorizada, é concentrada e pouco empregadora, a atividade acaba não impactando muito a renda domiciliar” conclui o economista da FEE.
Sandra Bitencourt- Jornalista