Índice de rentabilidade das exportações cai em 2016

O ano de 2016 teve uma queda de 9,9 % no Índice de Rentabilidade nas Exportações Gaúchas, o IREG, único indicador de rentabilidade de exportação estadual do Brasil, apresentado de forma pioneira e inédita pela FEE nesta quarta-feira, 15. Os pesquisadores em Economia Tomás Torezani e Bruna Borges, do Núcleo de Dados e Estudos Conjunturais do Centro de Indicadores Econômicos e Sociais da FEE, explicam que o IREG vai auxiliar o direcionamento e a avaliação de políticas públicas voltadas ao setor produtivo, permitindo avaliar se determinado incentivo é benéfico ou não. “Com este índice teremos melhor compreensão da escolha, de uma empresa/setor, entre direcionar a produção para o exterior ou para o mercado doméstico; e para o entendimento da decisão empresarial de realizar investimentos voltados à exportação”, destaca Tomás.

Tomás Torezani (E), Bruna Borges e Martinho Lazzari

O IREG indica a direção e a margem de ganho da atividade exportadora e vai auxiliar na compreensão da dinâmica da economia do Rio Grande do Sul porque permite o acompanhamento da evolução da rentabilidade ao longo do tempo no Estado. “A rentabilidade refere-se à margem de ganho do exportador. O escopo do IREG reside especificamente na rentabilidade, que pode, ou não, ter efeito sobre os volumes exportados”, explica Tomás. O IREG resulta da relação entre os três principais determinantes da rentabilidade exportadora: o preço de exportação, a taxa de câmbio e os custos de produção

A análise foi realizada de janeiro de 2008 a dezembro de 2016. Os dados anuais mostram que 2015 registrou a rentabilidade mais alta, enquanto 2011 foi o ano da menor rentabilidade. No comparativo de 2016 com 2015 houve uma forte retração dos preços e alta dos custos de produção. Dentre as atividades que mais contribuíram para o IREG de -9,9% no ano passado estão Alimentos e Bebidas (-13,7%), Refino de petróleo e produtos químicos(-14,1%), máquinas e equipamentos (-22,2%) e produtos do fumo (-11,0%). O setor de Equipamentos e Transporte (relacionado com as plataformas de petróleo) teve o maior impacto positivo, com rentabilidade de 6,8%. “Mesmo tendo 2015 como comparativo de um ano da rentabilidade mais alta da série”, sinaliza Tomás.

A série histórica iniciada em janeiro de 2008 estará disponível mensalmente. Diversas fontes de dados são utilizadas para o cálculo do IREG, como a própria FEE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),o Banco Central do Brasil (BCB),o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Secex/MDIC),o Ministério do Trabalho (Caged/MTE),a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Os dados da FEE foram fundamentais para conseguir produzir este novo índice porque apenas a FEE calcula com o detalhamento necessário os dados das exportações”, destaca Tomás.

 

Sandra Bitencourt- Jornalista