Fundação de Economia e Estatística (FEE) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (SEAPI) divulgaram nesta sexta-feira (1/9), pela primeira vez, as Estatísticas da Proteína Animal do Rio Grande do Sul. O evento ocorreu durante a Expointer, junto com o Painel do agronegócio do RS. O trabalho é resultado do termo de cooperação firmado entre a FEE e a SEAPI, em 2016, que estabeleceu o Grupo Técnico de Economia Rural (GTER). Segundo o veterinário Fernando Sauter Groff, da Secretaria de Agricultura, “trata-se de uma parceria que permite trabalhar com informações estratégicas para o planejamento público e privado, de forma transparente”.
O objetivo central da divulgação é oferecer à sociedade gaúcha um conjunto de informações inéditas que, por sua qualidade, atualidade e abrangência, podem ser de grande utilidade para o acompanhamento conjuntural e a compreensão da dinâmica produtiva da pecuária e da agroindústria da proteína animal no Estado. O formato no qual as estatísticas estão sendo publicadas preserva o sigilo dos informantes e permite o acesso às informações do número de animais guiados para abate, discriminados segundo espécie, região de origem e região de destino. Assim, é possível avaliar, por exemplo, a oferta e a demanda regional e o fluxo interestadual de animais destinados ao abate. Para bovinos, ovinos, suínos e frangos, também estão sendo disponibilizadas estatísticas sobre o sexo, a faixa etária e o nível de inspeção dos animais movimentados para abate. Os dados publicados neste momento constituem séries históricas mensais a partir de janeiro de 2013 até junho de 2017. Essas séries históricas completas estão disponíveis em planilhas eletrônicas e podem ser acessadas nos sites da SEAPI e da FEE.
Destaques do semestre
Os resultados expressos nas estatísticas de animais guiados para abate no Rio Grande do Sul, referentes ao primeiro semestre de 2017, refletem o quadro de dificuldades conjunturais a que está submetida a cadeia produtiva da proteína animal no Brasil.
Das quatro principais atividades pecuárias dedicadas à produção de carne, apenas a bovinocultura registrou crescimento em relação ao primeiro semestre de 2016 (3,2%). O número de frangos guiados para abate recuou 8,1%, enquanto o de suínos e o de ovinos registraram quedas de 5,6% e 20,3% respectivamente. “O cenário econômico nacional continua marcado pela incerteza da recuperação do ritmo de atividade, pela contração da massa salarial e pela elevada taxa de desemprego. Esses são condicionantes importantes para a determinação do nível de demanda interna por proteínas de origem animal”, pondera o economista Rodrigo Feix, Coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio (FEE).
No setor externo, importante fonte de demanda da produção gaúcha de carnes, o desempenho também foi inferior ao registrado no primeiro semestre de 2016. Assim, o mercado internacional não se constituiu em um vetor de compensação da perda de dinamismo do mercado interno. No primeiro semestre de 2017, houve redução nos volumes das carnes bovina (-19,1%), suína (-11,0%) e de frango (-5,1%) embarcadas a partir do Rio Grande do Sul. Para Feix, a valorização cambial, a operação Carne Fraca e a suspensão das importações de carne bovina fresca pelos Estados Unidos foram eventos que afetaram adversamente a competitividade das indústrias brasileira e gaúcha de carnes nos seis primeiros meses do ano”.
Íntegra das Estatísticas da Proteína Animal do Rio Grande do Sul
Íntegra do Painel do agronegócio do RS
Anelise Rublescki
Jornalista FEE