A Fundação de Economia e Estatística lança nova série de estimativas populacionais para o período 2001-2014, com inovações que garantem melhora da metodologia e maior detalhamento por município.
A adequação dos índices às projeções populacionais do IBGE, no lugar dos Censos Demográficos, foi desenvolvida pelo NDP, coordenado pelo estatístico Pedro Zuanazzi, em parceria com a assessora da presidência Mariana Bartels, sob a supervisão de Juarez Meneghetti (CIE). Uma importante novidade é que agora estão disponíveis as estimativas da população de 0 a 19 anos por idade simples em cada município. Enquanto antes era possível determinar a população de cada cidade apenas por faixa etária, agora há um detalhamento pela idade, sendo possível acessar, por exemplo, o número estimado de crianças menores de um ano em cada município. Zuanazzi explica que com as mudanças metodológicas são incorporados dados de nascimentos e óbitos em cada cidade, além de serem estimadas as migrações separadamente. “Para estimar as migrações, além da tendência apresentada entre os últimos Censos utilizamos variáveis sintomáticas, como matrículas nas escolas e nascimentos, o que nos permite inferir melhor a população”, explica.
Os dados disponibilizados pela FEE desenham um detalhado painel da população no Estado e permitem diferentes consultas. Zuanazzi destaca alguns achados relevantes para a análise, o diagnóstico e a tomada de decisão, relativos ao perfil demográfico do RS, que teve um crescimento populacional de 8,12% entre 2001 e 2014.
Dentre os 20 maiores municípios, Canoas ultrapassou Pelotas e ganhou a terceira posição como mais populoso. Porto Alegre, com um aumento de 7,05%, cresceu abaixo da média do Estado, mas manteve-se em primeiro lugar, seguido por Caxias do Sul, o município que mais cresceu percentualmente entre os vinte maiores do RS, alcançando um índice de 27,50% nos últimos 13 anos. Em números absolutos, Caxias ganhou 102 mil pessoas entre 2001 e 2014, maior incremento populacional de todos os municípios gaúchos. Já o município que mais perdeu moradores, em absoluto, foi Santana do Livramento, com uma diminuição de mais de 8 mil pessoas nesse período.
Aposentadoria para morar na praia?
Dentre os 20 municípios com maior crescimento relativo (em percentual), destacam-se oito cidades do litoral Norte. Arroio do Sal é o primeiro colocado com 58,58%. “A procura de idosos (+de 65 anos) pelo litoral ajuda a explicar esse comportamento. Mas também outras faixas etárias estão buscando o litoral como residência e há alguns nichos econômicos como a indústria moveleira que atrai essas populações”, explica Zuanazzi.
A maior concentração de idosos, aliás, não está no litoral, mas nos municípios do Vale do Taquari, que somam oito entre as 20 cidades com o maior número de pessoas acima de 65 anos. Coqueiro Baixo é a cidade com mais idosos (25,44% da população) enquanto o percentual no estado é de 10,40%. “Os jovens deixam esses pequenos municípios e os idosos acabam representando uma parte mais significativa da população”, complementa Zuanazzi.
Mudança na pirâmide
Os dados gerais mostram que a população gaúcha está envelhecendo. Maior número de idosos e menos crianças provocam uma mudança na pirâmide demográfica. A população acima dos 80 anos, por exemplo, saltou de 139 mil em 2001 para 236 mil em 2014. Já o número de crianças entre cinco e nove anos reduziu de 889 mil para 697 mil nos últimos 13 anos. No entanto, houve um leve aumento no número de nascimentos nos últimos anos, contrariando a tendência da série histórica.
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